Acorda Cidade
Durante a quarentena, muitas empresas e funcionários foram apresentados aos desafios do home office, que, depois de um período de adaptação, também mostrou suas comodidades. As vantagens são tantas que, de acordo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 30% das empresas brasileiras pretendem manter o trabalho remoto mesmo após a pandemia.
Afetado pela pandemia, o setor do turismo viu nesta tendência uma oportunidade de começar a se recuperar. Conforme medidas mais flexíveis foram sendo tomadas durante a quarentena, hotéis reabriram, mas, desta vez, não para receber famílias em férias. O foco agora é o trabalhador remoto e seus filhos que assistem a aulas online. Assim, os modelos de hospedagem “room office” e “resort office” ganharam força.
Há duas modalidades de room office: a que funciona apenas em horário comercial, das 8h às 20h, para receber quem precisa de um lugar equipado de acordo com as recomendações de um profissional de engenharia de segurança do trabalho e mais calmo que a própria casa para trabalhar durante uma parte do dia. Essas locações costumam incluir wi-fi, frigobar, água, chá e café a um preço mais baixo que uma diária completa.
Há também os que recebem hóspedes durante temporadas comuns, oferecendo os diferenciais de mesa de trabalho e internet no quarto, além das comodidades comuns de um hotel. Este modelo visa o turismo depois do horário de trabalho, com o visitante ficando no local e usufruindo dos pontos turísticos da cidade, sem voltar para casa.
Os hotéis que não tinham capacidade para fazer essas modificações nos quartos, mas queriam se adaptar à nova onda do trabalho remoto, criaram espaços comuns onde mesas e computadores ficam dispostos para atender as demandas de trabalho de quem está hospedado – espaços estes que antes eram destinados a convenções e reuniões, que estão proibidas para evitar aglomerações.
Já para famílias com crianças foi pensado o “resort office”, que, além do espaço para trabalho e estudo à distância, conta com atividades recreativas mais ricas, com o auxílio de instrutores de recreação e até mesmo funcionários para orientar a realização de trabalhos escolares.
Especialistas em educação infantil afirmam que a mudança de ambiente faz bem aos estudantes, porém alertam que os pais precisam controlar os horários das crianças e explicar que as brincadeiras vêm depois do estudo, para que o aproveitamento seja bom e a mudança não cause ansiedade.