Viagens

Com desvalorização do peso, países indicam Argentina como destino turístico

Peso argentino teve maior desvalorização do ano em relação ao dólar em setembro; brasileiros também observam preços do país vizinho

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Na semana passada, o dólar deu um salto tremendo e chegou aos 40 pesos argentinos (R$ 4,40), gerando desespero no país vizinho, principalmente entre as pessoas que tinham viagens para o exterior marcadas e viram seus gastos encarecerem de um dia para o outro. Em abril, quando a crise começou, o câmbio em 23 pesos argentinos (R$ 2,53) já era considerado grave.

No entanto, esse não foi o único efeito sobre o turismo. Em vários meios de comunicação estrangeiros passaram a "vender" a Argentina como um destino conveniente para visitar por causa dos preços — tanto os serviços quanto passagens aéreas baratas. Considerando que, com um dólar um turista pode pagar três viagens de metrô em Buenos Aires, por exemplo, espera-se que o país receba mais visitantes nos próximos meses.

O Chile foi o primeiro a analisar a situação financeira dos argentinos e recomendar a viagem: a CNN Latinoamérica, sediada em Santiago, publicou uma reportagem mostrando, com a ajuda de várias fontes, que o boom de argentinos chegando ao território chileno acabou e que, agora, é a vez dos chilenos invadirem a Argentina.

"Está mais barato ainda do que há dois meses", diz o texto, argumentando ainda que, quando a inflação chegar aos preços, já não será tão atraente viajar para a Argentina. Como terceiro ponto da matéria, a CNN remarca que a melhor moeda para levar ao país vizinho é o dólar, antes mesmo de trocá-lo por peso.

O portal Emol.com, um dos maiores do Chile, também indica que seus leitores conheçam a Argentina. "É conveniente que os chilenos cruzem a fronteira. É o que acontece habitualmente quando há uma corrida bancária com uma desvalorização tão brusca. O que se faz mais barato para os chilenos são os bens e serviços produzidos na Argentina, como hospedagem, alimentação, ver um espetáculo. É uma grande oportunidade", disse Tomás Flores, ex-subsecretário de Economia do governo do presidente Sebastián Piñera. Ele também concorda que a presença de argentinos do outro lado da fronteira será muito menor nos próximos meses.

No México, também há o questionamento sobre o turismo argentino. O jornal El Economista, especializado na área, realizou uma investigação especial sobre um pacote de seis dias em Buenos Aires, incluindo viagens da capital argentina em direção à Iguazu ou à Patagônia.

A conclusão que chegaram é que a viagem para os mexicanos, incluindo a hospedagem, está a menos da metade do preço que custava em janeiro. Assim, assumem que "a perda de valor da moeda argentina representa uma oportunidade para os mexicanos conhecerem o segundo maior país da América Latina".

O site Cultura Colectiva, por sua vez, detalha as "cinco razões pelas quais nunca esteve tão barato viajar para a Argentina" e qualifica a Argentina como um dos países mais belos do mundo. Na reportagem, estão destacados Ushuaia, os alfajores, o churrasco (asado) e os vinhos de Mendoza.

Nos Estados Unidos, o site Jetsetter, dedicado a resenhas turísticas e recomendações, também faz uma ponte entre a desvalorização e a moeda local recomendando a Argentina como um dos nove países onde o dólar está mais barato neste segundo semestre. A Argentina está em terceiro lugar em um ranking entre Croácia, Vietnã e Japão. Nos EUA, há muitas indicações de hotéis butiques no país sul-americano, além de uma reconhecida lista de pratos típicos e restaurantes.

Outro site de viagens estadunidense, The Points Guy, sustenta que os vôos para a Argentina não estão tão mais baratos, mas que convém visitar o país por causa das garrafas de vinho. Por outro lado, lembram que, desde 2016, não há cobrança de taxa de reciprocidade para os estadunidenses que queiram viajar à nação sul-americana e que eles podem receber um reembolso de até 21% em impostos caso a hospedagem aconteça em determinados hotéis.

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