Turismo

As viagens serão muito mais baratas após a pandemia?

Entenda o que influenciará o valor das passagens aéreas após o fim da pandemia.

Acorda Cidade

O turismo é um dos setores mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. A fim de ter um faturamento mínimo durante a crise, atualmente, as companhias aéreas estão oferecendo promoções de passagens tentadoras.

Uma passagem para São Paulo, saindo de Vitória, por exemplo, pode ser encontrada por menos de R$ 150. No entanto, futuramente, essa baixa nos preços pode ser invertida.

Cenário atual

A companhia aérea Delta Air Lines bloqueou as poltronas da fileira do meio de suas aeronaves e limitou as cargas do voo devido ao distanciamento social. Dessa forma, somente 50% a 60% dos assentos disponíveis podem ser reservados. Outras empresas do setor, como Japan Airlines, Wizz Air, Emirates, American Airlines e United, adotaram estratégias de controle similares a estas.

Além disso, Estados Unidos, China, Alemanha e demais países que iniciaram a flexibilização da quarentena estão aderindo a medidas rigorosas de limpeza e restrições relacionadas aos serviços de bordo.

O Brasil já tem acompanhado algumas dessas medidas importantes. Os aviões da Gol e da Latam têm um sistema de recirculação de ar, que faz com que o oxigênio da aeronave seja renovado a cada três minutos. Os filtros utilizados são os HEPA (High Efficiency Particulate Air), que eliminam até 99,97% de todas as partículas.

Tendências futuras

Caso o bloqueio das poltronas da fileira do meio ou a limitação em relação ao número de passageiros a bordo continue sendo uma tendência no futuro, as companhias aéreas serão obrigadas a aumentar os valores das passagens para que seja possível repor o dinheiro perdido com os assentos que ficarão vagos. A tendência seguirá sendo a alta no custo das passagens a longo prazo.

Um exemplo que pode ser dado para explicar essa situação é a tragédia do atentado do 11 de setembro: de acordo com um levantamento realizado pela Dollar Flight Club, site que emite alertas sobre bilhetes aéreos, os valores tiveram uma redução de 18% em 2001, no entanto, posteriormente, em 2003, cresceram 25%. Além disso, o portal indica que o valor dos voos poderá ter uma redução de até 35% em 2021, mas, por outro lado, estará até 27% mais alto nos próximos 5 anos.

Ainda que haja especialistas prevendo que as companhias aéreas praticarão tarifas mais baratas a fim de tentar atrair os passageiros, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) emitiu um comunicado, estimando que o valor das passagens ficará até 54% mais caro em algumas localidades.

O motivo são as medidas de distanciamento social ― que resultam num menor número de poltronas disponíveis para a compra. Segundo a IATA, a redução da capacidade da carga máxima das aeronaves, gerada pelas atitudes preventivas, será de 62%.

O professor Jorge Leal Medeiros, da Universidade de São Paulo (USP), crê que o aumento no valor das passagens de companhias aéreas brasileiras não será tão evidente, devido ao risco de inviabilização total dos voos.

“O que deve ocorrer no Brasil é o surgimento de novas empresas aéreas de baixo custo, como era a Webjet e a Gol no seu início, que consigam voar com despesas reduzidas e sem cobrar tão caro pelas passagens”, prevê Jorge.

No entanto, o fato é que as passagens aéreas seguirão respondendo à questão da oferta e da demanda. Contudo, o aumento das vendas, gerado pelas promoções durante a crise, ou a obrigação de dar continuidade ao distanciamento social dentro das aeronaves estão agindo, ao menos, provisoriamente, como forças objetivadas a impulsionar os valores, respectivamente, para baixo ou para cima.
 

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