Milena Brandão
Atualizada às 17:14
A estação orbital passa em Feira de Santana. O rio que vai pro mar passa em Feira de Santana. O touro do sertão também… Carlos Pitta cantou e, de fato, todos os caminhos levam a Feira de Santana. E tem gente que vem de um caminho muito longe pra cá.
Alice Ghiotto, por exemplo, é de Portogruaro, uma cidade ao norte da Itália, e tem 19 anos. Ela chegou ao Brasil em agosto de 2016 e voltou para a Itália, no ano seguinte, em julho. Durante o período que passou na cidade, Alice se apaixonou por Feira.
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal
“Quando eu soube que eu ia ficar em Feira, eu fui procurar na internet e encontrei fotos bonitas. Foi uma surpresa quando cheguei. Eu gostei muito de ver e de ficar descobrindo coisas que são muito diferentes do meu país. Por exemplo, as plantas, a vegetação. Eu lembro que logo quando cheguei fui para a Uefs e a gente foi ver os macaquinhos pelas árvores e foi muito bom”, contou.
A escola em que Alice estudou durante esse período também marcou a experiência. “Eu amei o meu colégio. É muito diferente da minha escola na Itália. Lá é cinza, bem tristinha e aqui era bem aberto, tem espaço, cheios de pé de manga”, reforçou.
Foto: Arquivo Pessoal
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“Eu amo comer”
Das massas italianas para a feijoada brasileira, Alice se permitiu experimentar de tudo. O tempero daqui ganhou a italiana. Logo quando chegou, ela conheceu a famosa maniçoba no Mercado de Arte Popular e até tentou reproduzir algumas receitas em casa.
“Eu gosto muito de experimentar comidas novas e pra mim foi muito fácil gostar das comidas daqui. Açaí, coxinha, pastel, caldo de sururu e de aipim, brigadeiro, feijoada, maniçoba, eu gostei de tudo, é difícil escolher. (…) Eu gostei das frutas manga, mamão, maracujá, siriguela, umbu. Todas, na verdade. Eu até tentei fazer as comidas do Brasil em casa, mas é muito difícil. Eu sinto saudade de comer acarajé e coxinha”.
“O que eu mais sinto saudade são as pessoas”
Os laços construídos em Feira de Santana são muito fortes para Alice. Recebida por uma família voluntária, ela acredita que a adaptação foi rápida graças ao carinho e atenção dedicados.
“Eu me sinto muito sortuda, principalmente com a minha família. A gente se deu tão bem. Eu sinto que eles são minha família mesmo. Agora, eu tenho uma família na Itália e uma no Brasil.”
Foto: Arquivo Pessoal
Em um ano, além de uma família nova, ela conheceu novas pessoas, ganhou novos amigos e até um novo amor. “A melhor parte do meu intercâmbio foram as pessoas que eu conheci aqui. Eu conheci muitos amigos também e, por isso, eu gostava tanto de ir ao colégio. (…) E conheci uma pessoa que eu gosto e nós estamos juntos até hoje, apesar das dificuldades”, contou.
Foto: Arquivo Pessoal