Conta a sabedoria popular que uma pessoa com muitos problemas na família foi pedir ajuda a um sábio, que a aconselhou a colocar um bode na sala e com isso toda a família percebeu que os problemas eram pequenos diante da bagunça feita pelo animal. Na avaliação do deputado federal Zé Neto (PT), o mesmo está acontecendo com a reforma da Previdência proposta pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo o parlamentar, a reforma como consta atualmente não é para valer, mas faz parte de uma estratégia para se chegar a uma reforma aceitável. “É o que chamamos de um ‘bole na sala’. Colocaram um negócio inaceitável para depois ir alinhando. Um a coisa ou outra dá para conversar ainda, agora boa parte do que ta lá não tem nem conversa”, frisou. Entre os problemas que a reforma apresentada pode causar, segundo Zé Neto, está o prejuízo na economia dos municípios. Reconhece, entretanto, que mudanças na Previdência são necessárias, mas ressalta que isso não deve prejudicar os trabalhadores. “Que alguma mudança nós temos que fazer na Previdência no nível geral do país não há dúvida. Na Bahia estamos hoje aportando a mais por parte do estado R$ 4 bilhões por ano e esse valor era R$ 360 milhões há 12 anos. Não dá para segurar essa Previdência como está nesse momento nos estados. Mas também não dá pra aceitar que a mudança que eles querem fazer penalize os pobres, as mulheres, os idosos e os trabalhadores rurais”, reforçou. Segundo Zé Neto, além de prejudicar a vida dos trabalhadores, a reforma sem modificações vai prejudicar a economia dos municípios. “Na Bahia, dos 417 municípios que temos hoje, cerca de 348 tem a receita da previdência maior do que as receitas do Fundo de Participação dos Municípios. (…) Se você diminui o valor na base econômica que ganha menos, vai criar uma dificuldade grande para os municípios, para as economias dos estados”, alertou. (Orisa Gomes, com informações do repórter Ney Silva)
Política
Zé Neto diz que reforma da Previdência apresentada é como 'bode na sala'
Segundo o parlamentar, a reforma como consta atualmente não é para valer, mas faz parte de uma estratégia para se chegar a uma reforma aceitável.
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