Se a reforma da Previdência for aprovada, as pessoas vão ter dificuldades para se aposentar e quem conseguir não vai ser de forma integral, como é atualmente. Esta é a opinião do deputado federal Jorge Solla (PT), que esteve em Feira de Santana. Segundo ele, a reforma vai acabar com a Previdência. “Não dá para chamar essa proposta de reforma da Previdência. Quando você reforma a sua casa, você reforma para melhorar e essa proposta é o oposto, é a destruição da Previdência”, afirma. O deputado avalia que se a reforma passar, o trabalhador brasileiro não vai conseguir ter acesso e os que conseguirem vão ter uma aposentadoria que seria equivalente hoje a 50 ou 60% do salário mínimo. “O que eles querem essencialmente é destruir o modelo que implantamos na Constituição de 1988, de seguridade social, e graças a ele mais de 70% dos municípios brasileiros vivem hoje da aposentadoria, benefício continuado”, valoriza. Para Solla, o que o governo quer, através da reforma, é implantar uma “previdência privada”. “Não é reforma, é destruição da Previdência Social que o governo Bolsonaro quer implantar no país”.
Vai passar?
De acordo com o deputado, até o momento apenas cerca de 130 parlamentares estão dispostos a aprovar a previdência, mas ele ressalta que o cenário pode mudar. “Você sabe como funciona a Câmara dos Deputados. O governo está colocando dinheiro, oferecendo cargos, emendas… Se o povo brasileiro continuar acomodado, vai perder o maior patrimônio que ele tem que é o direito de se aposentar”. O deputado critica ainda o que chama de resistência do governo em divulgar os cálculos feitos pelo Ministério da Economia, sobre os impactos que a reforma deve causar. “Estive na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e uma das questões que cobrei ao ministro Paulo Guedes foi a apresentação dos estudos mostrando os impactos financeiros dessa proposta e ele não apresenta”, criticou. E acrescentou: “Neste final de semana ficou claro porque ele não apresenta, está escondido reservado sob carimbo sigiloso, porque o povo brasileiro não pode saber. Se Souber o desastre que vai ser essa proposta, com certeza ele não vai se acomodar como está acomodado”. (Orisa Gomes, com informações do repórter Ney Silva)