Opinião

Será que Moro está esquecendo o crime para focar no delator? Parece

As informações falam mais forte do que a forma como foram obtidas, a não ser para Moro, claro.

O que o senhor acha do ministro Sérgio Moro mandar a polícia investigar quem hackeou ele, quando juiz, e o procurador Deltan Dallagnol? Eis aí mais uma daquelas instigantes perguntas a nós dirigidas por nossos amáveis leitores. No caso, Sinhá Lima, do Vale do Canela, Salvador. Prezada, bom esclarecer que não somos juristas, e sim jornalistas. Portanto, nossa opinião caminha pelo viés da prática jornalística. No jornalismo, sabemos que é crime filmar ou gravar terceiros sem que eles consintam. Admite-se gravações não consentidas desde que o repórter também esteja nelas ou, sem estar, se for o caso de estar filmando um crime, por exemplo. Por aí, evidente é, que o interesse público é o norte, sempre fala mais alto. Ora, se também o jornalista, como qualquer cidadão, não é obrigado a dizer quem lhe passou as informações, e sim a provar o que diz, o caso de Moro torna-se particularmente instigante também do ponto de vista jornalístico. Moro nunca disse que o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, mentiu ao afirmar que ele e Deltan Dallagnol trabalharam em conjunto na Lava Jato, um ilícito para juiz e promotor, algo evidente na troca de mensagens vazadas, ou divulgadas. A questão: vai a polícia obrigar Greenwald a dizer quem passou as mensagens? Se houver tal pretensão, quebra todas as regras da prática jornalística. Mas minha cara Sinhá: no mais fico com Macaco Simão, ficou difícil para Moro comer medalhões de lagosta ao molho de manteiga queimada. As informações falam mais forte do que a forma como foram obtidas, a não ser para Moro, claro. Extraído da coluna de Levi Vasconcelos, no bahia.ba. 

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