Política

Secretária de saúde da Bahia critica falta de ações do governo municipal na atenção básica

Conforme Roberta Santana, as questões políticas precisam ser deixadas de lado,

Secretária Roberta Santana
Foto: Maylla Nunes/ Acorda Cidade

Em Feira de Santana, nesta segunda-feira (20), para participar da inauguração do novo ambulatório do Hospital Geral Clériston (HGCA), a secretária de saúde da Bahia, Roberta Santana, criticou a falta de ações por parte do governo municipal para melhorar a assistência na atenção básica do município.

Em entrevista ao Acorda Cidade, ela destacou que é papel do governo municipal garantir o atendimento ambulatorial aos pacientes na atenção primária e declarou que o governo do estado tem carregado a saúde de Feira.

“Todo atendimento ambulatorial faz parte da atenção básica. À risca, ele deveria ser realizado dentro da governança do SUS (Sistema Único de Saúde) pelo município, e o que nós fazemos ali é uma complementação. Tenho dito que o governo do estado tem carregado a saúde de Feira de Santana. Não estamos aqui para fazer competição, mas o estado não vai se eximir de fazer. Estamos falando de saúde pública. É preciso entender que o trabalho da atenção primária precisa ser feito pelo município”, destacou.

Ela reiterou que quando pacientes não recebem o devido acompanhamento na atenção primária, os casos graves evoluem, chegando até a rede do estado.

“Quando falamos de AVCs e infartos é porque o trabalho preventivo não foi feito, o acompanhamento com cardiologista, a diabete não foi controlada, e aí entramos na crise, na urgência e emergência e isso vai para a responsabilidade do estado na alta complexidade. Vamos ampliar os atendimentos no ambulatório do Clériston, para mais de 4 mil por mês, e se havia demora, não haverá mais.”

Ela apontou ainda como fator de preocupação o fechamento de unidades de saúde mantidas pelo município e os atrasos nos pagamentos dos profissionais.

“O município é importante para o estado e me preocupa o fechamento de algumas unidades de atendimentos chamadas policlínicas por parte do município, também acompanho o atraso de pagamento de funcionários que são servidores da saúde e estão à disposição o tempo todo, o que a gente tem feito é: o estado vai se fazer presente. É uma determinação do governador que a gente faça tudo que for necessário para garantir a assistência. A cobertura vacinal é outra questão que é papel do município e vi recentemente uma matéria que estão limitando a alguns postos a aplicação da BCG e isso não faz sentido, porque abastecemos o município ano passado com quase 12 mil vacinas e seringas. Vamos atuar.”

Conforme Roberta Santana, a secretaria de Saúde do estado está à disposição da secretaria municipal de saúde, e acrescentou que as questões políticas precisam ser deixadas de lado, para que ambos cumpram seus papéis.

“Estou à disposição da Secretaria de Saúde para conversar desde quando assumi. Fui procurada pela Secretária e me coloquei à disposição por três vezes, nas quais garanti a agenda e três vezes foi desmarcado. Permaneço à disposição, e não vamos tratar a saúde de Feira pela questão política. Estamos na mesa para sentar para conversar tecnicamente, e o estado vai fazer o papel dele, mas também vamos cobrar do município o seu papel, porque temos o estado todo para dar conta e a gente precisa que cada ente faça seu papel.” (Por Laiane Cruz)

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