O deputado estadual Roberto Carlos (PDT), envolvido nos últimos dias em uma série de especulações sobre seu ingresso no PSB (o que ensejou até a formulação de um “dossiê petista” cuja autoria seria, em verdade, da deputada Fabíola Mansur e o objetivo era afastá-lo da sigla socialista), diz que não deixará o partido no qual está filiado há trinta anos. O motivo, segundo ele, é um só: não acredita que o DEM vá apoiar o candidato pedetista à Presidência da República, Ciro Gomes, nem crê que o PDT baiano vá apoiar a candidatura de ACM Neto ao governo estadual. O segundo apoio, na visão do parlamentar, estaria condicionado ao primeiro.
Sobre o tal “dossiê petista” que, conforme fonte deste Política Livre, tem as digitais de Fabíola, o pedetista disse não saber a autoria: “Eu não sei (quem fez). Infelizmente tem pessoas que gostam de plantar discórdia e factóides. Sei o que represento para a Bahia e para os baianos”, disse Roberto Carlos. Uma das hipóteses aventadas nos bastidores é de que o autor do referido dossiê que apresentaria provas do apoio de Roberto Carlos a Bruno Reis, em Salvador, nas eleições de 2020, poderia ser de algum correligionário pedetista insatisfeito com a posição dele e dos parlamentares Euclides Fernandes e Samuel Júnior em manterem-se na base de sustentação de Rui Costa (PT).
Roberto Carlos salientou que não apoiou Reis, embora tenha uma boa relação com o prefeito de Salvador. Como disse nesta segunda-feira (31), o filho dele Randerson Leal foi candidato a vereador pelo PDT que, circunstancialmente em Salvador, apoiou o candidato do Democratas e teve também a vice na chapa. “Não votei em Bruno Reis, pois nem voto em Salvador; voto em Juazeiro”, esquivou-se Roberto Carlos. Ele disse que essas informações em dossiês são “fofoquinhas” de quem não tem o que fazer.
Ainda a respeito da permanência no PDT, o deputado estadual disse que essa hipótese só estaria descartada se a sigla desviar-se do caminho que trilha há décadas – historicamente, os pedetistas marcharam ao lado dos partidos de esquerda como o PT. Nas eleições de 2006, por exemplo, quando Jaques Wagner derrotou Paulo Souto e conquistou o governo estadual, o nome para o Senado na chapa encabeçada pelo petista naquela oportunidade foi João Durval Carneiro (PDT).
Roberto Carlos salientou que somente teve conversas amistosas com os deputados federais Marcelo Nilo (PSB) e Pastor Isidório (Avante), que o convidaram para suas respectivas agremiações. “Essas informações [sobre a saída dele do PDT e ingresso no PSB] não têm nenhum fundamento”, enfatizou o deputado estadual. (Com informações do site Política Livre)