No início da noite de terça-feira (7), por volta das 19h, a professora universitária e advogada, Ednalva Ramos teve o seu veículo atingido por uma pedra quando estava trafegando pela Rua Professora Edelvira de Oliveira, nas proximidades do Hospital Dom Pedro de Alcântara, em Feira de Santana.
Segundo a professora Ednalva, ao sair do seu escritório para se dirigir a sua casa, ela sentiu um forte impacto no seu carro e ao frear observou pelo para-brisas que um homem estava arremessando pedras em seu veículo.
“Eu estava em trânsito quando recebi o impacto horrível no carro, como se alguém tivesse se chocado com o meu veículo. Eu parei instantaneamente, eu brequei, foi quando vi algo rolando pelo parabrisa e no momento que eu estava olhando eu vi que uma pessoa levantou novamente pegou o mesmo objeto e quando tentou arremessar, eu abaixei sobre o volante e saí, só que não deu tempo. Quando ele arremessou novamente, dessa vez quebrou o vidro da porta e a pedra pegou entre a minha orelha e a nuca, ferindo também o meu ombro e o meu braço. Foram muitos estilhaços de vidro no meu corpo, e eu estava com meu neto na cadeirinha, no banco atrás do meu, com apenas dois anos de vida, ele se assustou também e começou a chorar”, relembrou o ocorrido.
A reação imediata da professora foi sair correndo do carro com o seu neto.
“Quando eu abri a porta do carro para sair, pararam dois rapazes em uma moto e me disseram que o homem estava barbarizando dentro do Hospital, que ele já tinha feito horrores no estacionamento do Hospital. Ele já fez horrores, atirou pedras em vários carros e conseguiu pegar no meu infelizmente”, contou.
A advogada disse ao Acorda Cidade, que conforme informações policiais, o autor do conflito possui transtorno mental. E descreveu que o homem é negro, é alto e aparentava estar na faixa dos 50 anos.
“No momento vinham três motos com policiais militares da 64ª CIPM, eles me pararam, abordaram o indivíduo e me disseram: ‘Ele tem transtornos mentais, sentimos pelo ocorrido com a senhora, agradeça a Deus não ter acontecido algo pior nem com você nem com a criança, mas não podemos fazer nada’, e conduziram o meu veículo até a Companhia. Os policiais deram água para gente, conversaram comigo. E foram muito solícitos e quero muito agradecer a esses guerreiros. Apesar de eu estar com muitas dores no pescoço e coluna, não precisei ser hospitalizada”, pontuou.
A professora relatou que os prejuízos maiores foram no carro. “Tive prejuízos na porta do carro que amassou, a parte onde fica o vidro amassou, o para-brisa, o capô e o limpador. A parte de dentro do veículo, que puxamos a porta para fechar, arranhou todinha”, disse.
Ednalva foi orientada a registrar um boletim de ocorrência, no entanto a advogada destacou que só o poder público pode resolver essa questão.
“Só o poder público pode tomar passe para resolver essa situação. Uma coisa tem que ser feita para sanar isso. Até quando pessoas vão ser prejudicadas e vão correr risco de morte na rua? Quantas pessoas já morreram na rua? Será possível que pessoas de bem vão continuar perdendo sua vida de forma abrupta por causa de pessoas com transtornos mentais e o poder público nada vai fazer? Pessoas vão continuar tendo vidas ceifadas pelo desleixo do poder público?”, questionou a professora.
O Acorda Cidade entrou em contato com o Hospital Dom Pedro de Alcântara e a unidade enviou a seguinte nota:
A Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, mantenedora do Hospital Dom Pedro de Alcântara, HDPA, informa que apurou a situação junto à equipe de segurança que estava na unidade na noite da última terça-feira, 7. O homem, que não foi identificado, não saiu do estacionamento do HDPA, ele estava circulando pela via pública. Somente após o fato e como consequência da reação das pessoas que acompanharam a situação, ele adentrou o estacionamento e tentou invadir o hospital. Foi imediatamente impedido pelo segurança de plantão.
Vale a pena esclarecer que o Hospital Dom Pedro não é referência para pacientes com doença mental, e desconhece a procedência do homem. Ainda assim, a instituição lamenta profundamente o fato ocorrido envolvendo a professora Ednalva Ramos.
Com informações da jornalista e produtora do Acorda Cidade Maylla Nunes.
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