Em meio à polêmica que envolve o candidato Jair Bolsonaro (PSL) sobre o suposto esquema de envio em massa de mensagens pelo WhatsApp com conteúdo contrário ao PT, dois dos maiores jornais do país deram seus posicionamentos sobre o caso via editorial. O jornal O Estado de S. Paulo (Estadão) escreveu que as acusações fazem parte de um "plano B" do PT, tendo em vista que o partido já reconheceu que “será muito difícil reverter a vantagem de Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência da República”. O Estadão ainda classificou de "lulopetista" o ato de “fazer campanha para deslegitimar a eventual vitória do oponente, qualificando-a como fraudulenta”. Para o jornal, a ideia de formação de uma "frente democrática" é destinada a dar ao partido a imagem de vanguarda da luta pela liberdade contra a "ditadura". No entanto, essa seria apenas uma máscara para “fazer os eleitores esquecerem que o PT foi o principal responsável pela brutal crise política, econômica e moral que o País ora atravessa".
Já o jornal Folha de S. Paulo criticou as chamadas fake news, e afirmou que a reportagem publicada pelo próprio jornal “mostra evidências aterradoras de como um aplicativo de conversas privadas se tornou uma arma do jogo eleitoral mais sujo.” Para a Folha, a ação “trata-se de prática ilegal, dado que há um beneficiário óbvio". “Assim, a iniciativa corresponde a uma doação empresarial a um candidato, o que está vedado desde 2015. No texto, o jornal Folha de S.Paulo lembra que para a configuração de abuso de poder econômico não é necessária a participação do candidato, “basta que a Justiça Eleitoral considere comprometido o equilíbrio da disputa.” Ao dizer isso, defendeu imediata e rigorosa apuração, pois, diante da importância do cenário, isso se faz imprescindível. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira (18), um grupo de empresários teria financiado, de forma ilegal, uma campanha para disseminar mensagens falsas pelo WhatsApp contra o PT. O partido acusou Bolsonaro de envolvimento no caso e pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o cancelamento ou nulidade das eleições e a inelegibilidade do ex-militar por oito anos. Por meio de vídeo, Bolsonaro nega participação, diz não ter controle sobre ações de apoiadores e afirma que vai processar o PT e notificar as empresas envolvidas.