A possível candidatura do ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), ao governo da Bahia em 2022 beneficiaria o grupo governista nas próximas eleições, pela divisão das forças oposicionistas no estado. Esta é a avaliação da deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), em entrevista ao Bahia Notícias. De acordo com a parlamentar, o bolsonarista é a única grande novidade do debate político baiano para 2022.
“Na Bahia, agora, estão surgindo aí três polos de discussão: o polo bolsonarista, com a possível candidatura de João Roma; o tradicional, que é a candidatura vinda do grupo que antigamente tinha o poder na Bahia; e o grupo que derrotou o poder do PFL/DEM na Bahia. Então a novidade é essa: ter três candidaturas e não duas. Eu acho que isso nos beneficiará”, comentou Lídice.
Chefe de gabinete da prefeitura de Salvador até 2018, quando lançou-se a deputado federal com o apoio de ACM Neto (DEM), João Roma foi convidado para ser ministro de Bolsonaro em fevereiro de 2021 e aceitou, a contragosto do seu agora antigo aliado. De lá para cá, ele tem sido colocado pelo presidente da República e seus aliados como provável candidato bolsonarista ao governo da Bahia.
Enquanto os pólos “bolsonarista" e “tradicional” parecem com candidaturas bem definidas, respectivamente com João Roma e ACM Neto, o grupo que hoje governa a Bahia ainda discute qual candidato o representará. O senador Jaques Wagner (PT) surge como o nome mais comentado, mas o senador Otto Alencar (PSD) e o vice-governador João Leão (PP) também são cotados para a disputa ao Palácio de Ondina.
PSL + DEM
Lídice também comentou a possível fusão que tem sido negociada pelo DEM e pelo PSL. Ela considera que a união é positiva, pois contribui com a redução do alto número de partidos políticos no Brasil. Além disso, a deputada baiana vê na nova sigla que vai surgir mais um aliado na batalha contra o bolsonarismo.
“Esse movimento de PSL e DEM se transformando na mesma coisa, eu acho bom porque vem dentro desse projeto de diminuir o número de partidos. Fica mais fácil você ter os adversários mais bem definidos. E, ainda assim, vai ter o momento em que nós vamos ter dois campos contra Bolsonaro na Bahia, o que é muito bom”, finalizou a parlamentar.
Apesar de ter sido o partido a receber Bolsonaro em 2018, o PSL rompeu com o presidente da República durante o governo e passou a ter uma postura mais crítica ao bolsonarismo. Recentemente, a sigla assinou uma nota conjunta com o DEM, criticando as falas antidemocráticas do chefe de estado durante as comemorações do Sete de Setembro. (Com informações do site Bahia Notícias)