Em 2025, o Carnaval é em março. Nos locais onde é celebrada a festa, os foliões poderão aproveitar os dias 1º, 2, 3, e 4, que caem respectivamente no sábado, domingo, segunda e na terça-feira, seguido da Quarta-Feira de Cinzas, no dia 5.
A definição anual do período da folia, está ligada diretamente ao calendário da Igreja Católica. O feriado deve ser 47 dias antes da Páscoa, que este ano será no dia 31 de março.
Relação do Carnaval com a Igreja Católica
O termo Carnaval é originário do latim “carnis levale”, que significa “remover a carne”, em referência ao jejum quaresmal, podendo significar também “festival da carne”.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o Frei Liomar Pereira, reitor do Santuário Santo Antônio, em Feira de Santana, destacou as mudanças nas tradições da festa.
“Apesar das raízes cristãs, o Carnaval incorporou tradições pagãs e culturais ao longo do tempo. Hoje é uma celebração com forte caráter secular, mas a sua data ainda é determinada pelo calendário da igreja, já que depende da Páscoa”, contou o frade.
A data da Páscoa é determinada com base no calendário lunar. Como regra geral, a Páscoa cristã deve ocorrer no primeiro domingo, após a primeira lua cheia, que ocorre após o equinócio de outono (no Hemisfério Sul) e primavera (no Hemisfério Norte), que acontece nos dias 20 ou 21 de março no Brasil.
“Isso significa dizer que a Páscoa pode cair entre os dias 22 de março e 25 de abril”, reforça o Frei Liomar.
Este cálculo foi definido pelo Concílio de Niceia, em 325 d.C., primeira reunião promovida pela Igreja, que reuniu bispos de diferentes religiões, para discutir a fé cristã. A convocação foi feita pelo Imperador Romano Constantino I, com objetivo principal a criação de um consenso acerca da natureza divina de Jesus Cristo.
“O cálculo busca alinhar a Páscoa cristã com a Páscoa judaica, já que segundo evangelhos, à crucifixão de Cristo, à ressurreição, ocorreram durante essa festividade”, disse o religioso.
O que diz o Papa Francisco?
Na missa que encerrou a semana de oração pela união dos cristãos da Igreja Católica, no dia 25 de janeiro, na Basílica de São Paulo, em Roma, o Papa Francisco afirmou que a Igreja está disposta a aceitar um domingo fixo para a Páscoa. Visto que, as datas também são diferentes em outras doutrinas.
“Renovo meu chamado para que essa coincidência sirva de lembrete a todos os cristãos para darem um passo decisivo rumo à união, e isso em torno de uma data comum para a Páscoa. A Igreja Católica está disposta a aceitar a data que todos desejarem, uma data de união”, disse Francisco.
Em setembro de 2024, em um discurso à delegação do grupo “Pasqua Together 2025”, o Papa reforçou a ideia de uma data fixa. “Não nos fechemos nos nossos esquemas, nos nossos projetos, nos nossos calendários, na ‘nossa’ Páscoa. A Páscoa é Cristo!”, segundo a Santa Sé.
Para o Frei Liomar, uma data fixa para a Páscoa deve facilitar e expressar comunhão e unidade dentro do cristianismo.
“Faz sentido do ponto de vista da comunhão cristã. Atualmente católicos e protestantes seguem o calendário gregoriano, enquanto os cristãos ortodoxos seguem o calendário juliano, o que leva a celebrações em datas diferentes na maioria dos anos. Isso pode dar a impressão de divisão dentro do cristianismo. Pois bem, do ponto de vista prático, ecumênico, uma data fixa pode e deve facilitar”, reforçou.
Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade
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