Diante das últimas ações do governo para estimular a economia, o sistema bancário já está mais tolerante com uma inflação maior em favor de juros menores neste ano. Para executivos do setor financeiro privado, o risco atual da equipe econômica não é o índice de preços (IPCA) ultrapassar o teto da meta de 6,5% fixado para 2012 e 2013, mas a atividade fraca obrigar o Banco Central a cortar a taxa de juros além do que se esperava há dois meses. A economia não está se recuperando como imaginava o governo, e isso abriu um novo desafio para o Banco Central: testar um nível mais baixo de juros, se aproximando de uma taxa de 8% ao ano. Os dois maiores bancos privados do país –Itaú e Bradesco— reviram para baixo suas estimativas para a taxa de juros neste ano, para 8,5%. Depois de mais um corte dos juros pelo BC, eles já esperam uma nova redução no fim de maio. Como não está na pauta política do governo o encaminhamento de medidas que permitirão a melhoria da competitividade no país, como a simplificação do sistema tributário, o Brasil terá que conviver com um pouco mais de inflação, de 4% a 6%. A avaliação que já está sendo compartilhada entre grandes executivos do setor financeiro ainda gera críticas. Para alguns analistas do mercado financeiro, o BC está provocando ruídos no mercado. "Parece não haver estratégia. Um dia o foco parece ser resolver o problema da indústria, noutro é inflação", disse a economista Mônica de Bolle, da consultoria Galanto. Para ela, isso faz com que o mercado fique sem referência para formar expectativas, o que é negativo para os empresários: "Inflação mais alta indica que os salários vão subir e sua margem de lucro ficará mais comprimida". As informações são da Folha.
Dilton e Feito
Por juros menores, bancos dizem tolerar inflação
Os dois maiores bancos privados do país --Itaú e Bradesco-- reviram para baixo suas estimativas para a taxa de juros neste ano, para 8,5%.
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