Presidente do Sindicato dos Policiais Federais da Bahia (Sindipol-BA), José Mário Lima criticou ontem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dá autonomia à Polícia Federal. O projeto, que tramita há dez anos na Câmara dos Deputados, é defendido pelos delegados da PF. Para Lima, a matéria não vai ajudar “no combate à criminalidade e à violência”. “Não tem nada a acrescentar do ponto de vista positivo”, frisou, em entrevista à Tribuna. A justificativa dos favoráveis à PEC é que autonomia pode evitar a interferência política na PF. O chefe do Sindpol-BA, que representa os agentes da PF, diverge. “Eu acredito que tentativa de interferência política sempre vai existir independente do órgão. Mas isso não é argumento porque não existe blindagem para isso. O que se deve fazer é resistência institucional. Isso o órgão tem de sobra e já deu prova de sobra para a sociedade. As instituições são mais fortes do que as pessoas”, ressaltou. José Mário Lima afirmou, ainda, que os defensores da proposta “parecem” querer, na verdade, uma “independência institucional”. “E isso para braço armado não deve ter de maneira nenhuma. Isso (independência institucional) não tem paralelo em estado democrático nenhum na contemporaneidade. É um absurdo e inaceitável”, salientou. O presidente do Sindipol disse que é “interessante” o desejo dos delegados sobre os delegados-gerais ter mandato de três anos. Para ele, no entanto, é preciso ter “subordinação administrativa” quem dirige órgãos de segundo escalão. Na semana passada, o diretor-regional da Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal (ADPF-BA), Rony José Silva, sugeriu, em entrevista à Tribuna, que o mandato pode retirar o “viés político” do órgão. José Mário Lima tem dúvida. “Será que evita isso mesmo?”, indagou. Leia mais na Tribuna da Bahia.
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Policiais criticam proposta que garante autonomia para Polícia Federal
O projeto, que tramita há dez anos na Câmara dos Deputados, é defendido pelos delegados da PF
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