Política

PF vê Rivaldo Barbosa como peça-chave para investigar máfias do Rio de Janeiro

As defesas dos suspeitos negam as acusações.

Delegado Rivaldo Barbosa, à época em que chefiava a Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro. — Foto: Reprodução/TV Globo
Delegado Rivaldo Barbosa, à época em que chefiava a Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro. — Foto: Reprodução/TV Globo

Policial Civil preso por suspeita de planejar morte de Marielle Franco e impedir investigações comandou Delegacia de Homicídios da Capital até um dia antes do crime. Lá, segundo a PGR, comandou um esquema de corrupção para impedir investigações de outros casos.

A Polícia Federal considera Rivaldo Barbosa, o ex-chefe da Polícia Civil preso no caso Marielle Franco, como uma peça-chave para desvendar a atuação do que uma fonte da corporação chama de máfias que atuam na execução e acobertamento de crimes no Rio de Janeiro.

Rivaldo Barbosa é apontado pela PF e pela Procuradoria Geral da República como responsável por planejar o assassinato de Marielle Franco e impedir as investigações do crime – que, segundo esses órgãos, foi encomendado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão por conta da atuação da vereadora contra loteamentos irregulares em áreas de milícia.

As defesas dos suspeitos negam as acusações.

No dia do crime, Barbosa havia acabado de assumir o cargo de chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Antes, porém, havia sido diretor da Divisão de Homicídios do órgão e, antes disso, chefe da Delegacia de Homicídios da Capital.

Ao defender, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão de Barbosa, a PGR afirmou que a PF desvendou a existência, na Delegacia de Homicídios, de um “esquema estrutural de corrupção” conduzido pelo policial civil, que mantinha acordo com contraventores para impedir a investigação de crimes relacionados a jogos ilegais.

O interesse de Barbosa, segundo uma fonte, era o dinheiro. O relatório da Polícia Federal sobre o caso Marielle indica que empresas de consultoria empresarial abertas pela mulher do policial em 2015, ano em que ele assumiu a delegacia de homicídios, movimentaram R$ 4,9 milhões.

Para a polícia, o ano de abertura não é coincidência, mas um indício de que eram usadas para lavagem de dinheiro. A investigação aponta que Barbosa “recebia vantagens indevidas da contravenção para não investigar os homicídios”.

Segundo o blog apurou, a expectativa é de que nova delações – incluindo a de Barbosa – possam ajudar a elucidar de 15 a 20 crimes, na avaliação de fontes que acompanham a investigação.

O blog tentou contato com o advogado Alexandre Dumans, que representa o policial civil, mas não obteve resposta até a publicação deste post.

Fonte: G1

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