Dilton e Feito

Pesquisa: classe C cresce em 2010 e atinge 53% da população

Segundo uma pesquisa encomendada pela Cetelem BGN e divulgada nesta terça-feira, a clássica imagem de que a estrutura social brasileira formava uma pirâmide - com base representada pelas classes menos favorecidas - foi deixada para trás

A chamada classe C teve o acréscimo de 19 milhões de pessoas no ano passado, passando, assim, a ter 101 milhões de brasileiros e representando 53% da população do País. Segundo uma pesquisa encomendada pela Cetelem BGN e divulgada nesta terça-feira, a clássica imagem de que a estrutura social brasileira formava uma pirâmide – com base representada pelas classes menos favorecidas – foi deixada para trás. 

De acordo com o presidente da empresa, Marcos Etchegoyen, a forma alegórica da população brasileira agora é um losango – figura com o centro mais largo em relação à base e o topo. "Houve uma enorme mobilidade social de 2005, data de nossa primeira pesquisa, para cá. Isso é importante, mas, às vezes, nos esquecemos que passamos por um momento histórico. (…) Quarenta e dois milhões de pessoas saíram das classes D e E nestes cinco anos", disse.

O presidente da Cetelem afirmou ainda que não se surpreenderia se, neste ano, as classes D e E (25% agora) alcançassem o mesmo percentual das classes A e B (21% agora). Esse cenário reduziria ainda mais o número de brasileiros enquadrados dentro das classes de baixa renda. O levantamento mostrou ainda que 47,9 milhões estão nas classes D e E. As classes de maior renda, A e B, somam 42,19 milhões.  

Em 2010, a renda familiar mensal da classe C foi de R$ 1.338, e a das classes A e B, de R$ 2.983. Na outra ponta, as classes D e E afirmaram à pesquisa receber R$ 809 mensalmente. Esse valor é 48,4% maior do que essas classes da baixa renda declaravam receber em 2005, ano em que foi feita a primeira pesquisa da Cetelem.

Otimismo
A pesquisa indica que o brasileiro, independente de sua classe social, está otimista com a situação econômica do País. Para 60% dos entrevistados, este ano deve reservar maior crescimento, enquanto 53% acreditam em maior ritmo de consumo para o período. O Produto Interno Bruto (PIB) e a concessão de crédito também devem sofrer expansão, de acordo com os consultados, de 39% e 52% no ano, respectivamente, segundo os resultados da pesquisa.

A sondagem aponta que 79% dos entrevistados esperam economizar mais em 2011. Na outra ponta, 48% esperam gastar mais. Em 2010, com elevação da renda dos brasileiros em relação ao anterior, os gastos também foram elevados. No entanto, de acordo com a pesquisa, o setor que teve maior endereçamento de gastos foi o de supermercados, com média de R$ 375 mensais, levando em conta todas as classes sociais. 

Foram entrevistadas 1,5 mil pessoas em 70 cidades brasileiras de nove regiões metropolitanas do Brasil. A pesquisa foi feita entre os dias 24 e 31 de dezembro de 2010.

As classes sociais adotadas pelo estudo foram as definidas pelo Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) fornecido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). A pesquisa considera as seguintes rendas médias familiares ao mês:
A1 – R$ 14.366
A2 – R$ 8.099
B1 – R$ 4.558
B2 – R$ 2.327
C1- R$ 1.391
C2 – R$ 933
D – R$ 618
E – R$ 403

(Terra)

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