Cidadania fiscal

Pegando um bronze

De contas numeradas na Suíça ou de depósitos secretos num local gélido qualquer numa nação do primeiro mundo, essa dinheirama já branquinha, depois de lavada, poderá retornar para casa (de praia).

Por Vladimir Aras

O esforço contra a lavagem de dinheiro é global. Aqui no Brasil também, a ver o que o Congresso Nacional anda fazendo (aqui).

Se nos outros países da Lusitânia, este crime é conhecido como “branqueamento de capitais“, o pessoal aqui resolveu dar uma forcinha com uma técnica de fazer inveja à “5 à Sec“.

Enfim, pensaram um projeto de lei para a ”regularização”, com ou sem internação desses capitais brazucas, hoje espalhados pelo mundo a fora. Segundo o PLS 354/09, de autoria do senador Delcídio Amaral, o dinheiro que havia saído do Brasil, fruto do caixa 2, da sonegação, dos tráficos e da corrupção, poderá voltar ao País pagando umas duas estalecas em tributos. Leia mais aqui. O PL 5228/05, do deputado José Mentor, tem o mesmo objetivo, que inclui anistias fiscal e criminal (art. 107, II, CP). Ou seja, todos os delitos relacionados à evasão de divisas passarão em brancas nuvens.

De contas numeradas na Suíça ou de depósitos secretos num local gélido qualquer numa nação do primeiro mundo, essa dinheirama branquinha, depois de lavada, poderá retornar para casa (de praia). Pagará pouquíssimo pela viagem de volta e pegará um bronze nos trópicos. É o projeto de “bronzeamento de capitais“. Mais uma do Brazil!

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