Parkinson: principais tratamentos disponíveis e perspectivas de futuro

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo.

Doença de Parkinson
Foto: Divulgação

O Dia Mundial da Doença de Parkinson será nesta sexta-feira (11). A data que coincide com o aniversário de James Parkinson, médico que descreveu a doença, serve para aumentar o conhecimento da sociedade e é um convite para refletir sobre a importância do diagnóstico precoce, do acompanhamento adequado e, acima de tudo, da empatia e cuidado com quem convive com essa enfermidade.

A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, estando atrás apenas da doença de Alzheimer, e acomete um por cento das pessoas com mais de 60 anos.

Diagnóstico

“O diagnóstico da doença de Parkinson é essencialmente clínico. Não há um marcador, um exame, que determine que uma pessoa tem a doença” afirma o neurologista Gabriel Xavier. O médico ainda explica que é necessária uma coleta minuciosa da história do paciente e a realização do exame físico neurológico. “Os exames complementares solicitados geralmente servem para afastar outras causas menos usuais de parkinsonismo, via de regra solicitamos esperando um exame normal para a idade do paciente.”.

Médico Neurologista
Foto: Divulgação | Médico Neurologista

Os sintomas que permitem a definição de parkinsonismo são a rigidez, tremor, tendência a quedas, e lentidão dos movimentos. A partir daí surge a suspeita da doença de Parkinson.

Tratamento

O tratamento perpassa por mudanças dos hábitos de vida, especialmente pela instituição de uma rotina de atividades físicas regulares e bem executadas. “Nos últimos cinco anos tivemos grandes publicações demonstrando que a atividade física não só pode reduzir a incidência de doença de Parkinson, mas também reduz a progressão dos sintomas, e talvez permita novas conexões entre os neurônios afetados pela doença. Nenhum medicamento teve um resultado semelhante até o momento.” explica o especialista.

A recomendação é que o uso de medicamentos deve ser conduzido por um neurologista. A principal droga para o tratamento para o Parkinson é a levodopa, que repõem a dopamina, substância escassa no cérebro desses pacientes. Apesar de continuar a ser o medicamento mais potente após mais de 50 anos de sua descoberta, a levodopa não é a única opção terapêutica. Hoje existem diversas classes de medicamentos que podem ser utilizados na doença.

“Não existe uma fórmula mágica para o ajuste desses medicamentos, cada paciente tem que ser tratado de forma personalizada. Deve-se levar em conta idade, hábitos de vida, outros problemas de saúde existentes, atividades diárias, dentre outros fatores. Até mesmo os horários das alimentações influenciam na lógica do tratamento.” explica Drº Xavier.

A maior parte do tratamento para doença de Parkinson é disponibilizado gratuitamente por programas municipais, estaduais, ou pelo programa Farmácia Popular.

Outras tecnologias são empregadas no tratamento, especialmente o implante de eletrodo cerebral também conhecido por sua sigla em língua inglesa – DBS. Trata-se de um dispositivo que emite impulsos elétricos em locais específicos do cérebro resultando em controle dos sintomas, já sendo utilizando rotineiramente há mais de vinte anos. O médico ainda ressalta que a seleção adequada dos pacientes pelo neurologista e realização do procedimento por neurocirurgião experiente são condições essenciais para um bom resultado.

Parkinson no futuro

Segundo o Dr. Gabriel Xavier, a luta da ciência contra o Parkinson é permanente. Terapias como levodopa subcutânea, novos dispositivos de DBS, e a ultrassonografia de alta frequência serão uma realidade a curtíssimo prazo. Ainda existem pesquisas com objetivo de encontrar uma cura ou pelo menos um medicamento que seja capaz de retardar a progressão dessa doença.

“Hoje, ainda não podemos falar em cura, mas podemos falar em evolução. O mais importante é o diagnóstico precoce e um acompanhamento médico contínuo. Permanecer sem tratamento e orientação médica é o pior que pode ser feito por uma pessoa com doença de Parkinson” finaliza o neurologista.

Sobre o Dr. Gabriel Xavier

Neurologista especializado em Parkinson e transtornos de movimento, o Dr. Gabriel Xavier já atuou nos principais hospitais da Bahia, como o Hospital Geral Roberto Santos, Hospital Cardiopulmonar da Bahia, Hospital São Rafael, e Hospital Aliança. Com mais de 10 anos de atuação, se graduou em medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e fez o Fellowship em Distúrbios do Movimento e Neurologia Cognitiva no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). CRM 26506 l RQE 15169.

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