Fui convidado e presenciei o casamento de Dilton e Edna, na igreja dos Capuchinhos. A concorrida cerimônia foi a maior já realizada naquele templo, em presença de público, devido à grande popularidade do noivo, embora ele fosse naquela época apenas um gordinho repórter setorista do Fluminense de Feira, que andava de mochila de couro curtido de bode, comprada no Centro de Abastecimento, e sandália de Lampião nos pés.
Edna era uma dedicada funcionária da Santana, tradicional empresa de transporte de passageiros entre Feira e Salvador.
Ou seja, os dois se uniram quando as vacas eram bem magras. Para se ter uma ideia, a casa própria era um quarto e sala na rua Castro Alves. Uma quitinete comprada às vésperas do casório com auxílio da venda de uma linha telefônica da antiga Telebahia.
A primeira televisão foi emprestada ou doada pelo amigo Rogério Santana. Preto e branco! O primeiro som foi um rádio gravador Phillips que Dilton comprou de mim por uma bagatela.
O meio de transporte do casal era uma mobilete. Dilton era barrigudo e ocupava o assento quase todo, espremendo a jovem Edna na garupa.
Dizem os colegas jornalistas da época que havia dois noivos “Zerinhos” no nosso meio. Ou seja, virgens! Um deles era um certo repórter de bigode e moto Honda, hoje um alto funcionário da TV Subaé. O outro era um ex-revisor do jornal Folha do Norte que passou pela Rádio São Gonçalo antes de chegar à Rádio Sociedade e hoje apresenta um importante jornalístico matinal nesta emissora.
Edna, nossa homenageada, é uma mulher de personalidade forte, que tem voz firme nas empresas da família. Discretamente, ela observa desde o comportamento do diretor-presidente ao dos colaboradores, e quando necessário, emite a sua opinião para ajudar a melhorar as coisas.
Educou os filhos Dilton Junior e Tiago com amor, mas também com todo o rigor. O resultado foi o melhor possível, criou dois homens honrados e trabalhadores.
Para Edna, pedimos a Deus muita saúde. Que Deus continue a guiar os seus passos e lhe dê paciência para os momentos de estresse do marido comunicador.
Um forte abraço do seu amigo de longas datas e admirador.
Valdomiro Silva