“A EXPERIÊNCIA da doença faz-nos sentir nossa fragilidade e, ao mesmo tempo, a necessidade natural do outro. Torna ainda mais nítida nossa condição de criaturas, experimentando de maneira evidente a nossa dependência de Deus. De fato, quando estamos doentes, a incerteza, o temor e, por vezes, o pavor impregnam a mente e o coração.
A DOENÇA obriga a questionar-se: Qual é o sentindo da vida? Procura-se um significado novo e uma direção nova para a existência e, por vezes, não se encontra, imediatamente, uma resposta. Os próprios amigos e familiares nem sempre são capazes de nos ajudar nestas difíceis busca. Mas, a pessoa que tem fé, nunca deve sentir-se sozinha, na solidão e abandonada.
A ATUAL pandemia do coronavírus colocou em evidência tantas insuficiências dos sistemas sanitários e carências na assistência às pessoas doentes. A propósito, quero recordar a importância da solidariedade fraterna, que se manifesta concretamente no serviço, podendo assumir formas muito diferentes, mas todas elas tendentes a apoiar o próximo. «Servir significa cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo».
A PANDEMIA destacou, também, a dedicação e generosidade de profissionais de saúde, voluntários, trabalhadores e trabalhadoras, sacerdotes, religiosos e religiosas que, com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade ajudaram, trataram, confortaram e serviram tantos doentes e os seus familiares. O mandamento do amor, que Jesus deixou aos seus discípulos, encontra uma realização concreta também no relacionamento com os doentes.
ENTREGO a Maria, Mãe de Misericórdia e Saúde dos Enfermos as pessoas doentes, os agentes da saúde e todos os que sofrem. Que Ela, sustente a nossa fé e a nossa esperança e nos ajude a cuidar uns dos outros com amor fraterno. A todos e cada um concedo, de coração, a minha bênção”. (Papa Francisco).
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
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