Dom Itamar Vian

O poder da língua

Usa-se para fazer o bem ou o mal.

Foto: Freepik
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Nosso corpo tem muitos membros, cada um com sua função e todos são importantes. Há um, em nossa boca, que se chama língua. É pequeno, porém, tem um grande poder. Usa-se para fazer o bem ou o mal. Com a língua louvamos a Deus e com ela, maldizemos pessoas que foram feitas à Sua imagem.

PARA MUITAS pessoas, a língua é o prolongamento da ação, ou, a ação, um prolongamento da língua: aquilo que falam, fazem. Para outras, porém, é a contradição do próprio agir, porque praticam boas ações, mas, destroem com palavras maldosas. Há línguas que somente semeiam o bem, mas outras são provocadoras de discórdias entre pessoas, famílias e grupos!

A DESTRUIÇÃO de pessoas se faz, principalmente, por calúnias e por sigilos rompidos. Quantas brigas familiares e quantos casais destruídos por causa de fofocas e mentiras! Destrói-se o outro para se autoafirmar, por ciúme e pelo desejo de ter as pessoas para si. Quando não se consegue, tenta-se destruí-las! Como é fácil falar mal dos outros! Somente conhece a força de uma palavra quem já sofreu por ela.

É IMENSO o bem que podemos fazer com o bom uso da língua! Mas, infelizmente, muitos a usam para blasfemar, mentir e difamar o bom nome de seus semelhantes. E, os que têm tempo para semear calúnias, dificilmente, terão oportunidade para reparar o mal semeado. Sempre nos arrependemos de ter falado mal dos outros e quase nunca, de ter calado. Por isso, São Tiago nos adverte: “Irmãos, não faleis mal dos outros irmãos.” (Tg. 4,1).

A LÍNGUA também parece fogo. Uma simples chama pode incendiar uma grande floresta. Ela é, apenas, parte de nosso corpo, mas pode fazer um mundo de maldades. Uma só pessoa é capaz de pôr fogo numa cidade inteira, com mentiras e fofocas. Aquele que não peca no uso da língua é uma pessoa perfeita. Se alguém julga ser religioso e não refreia sua língua, engana-se a si mesmo: a sua religião é vã. (Cf. Tg. 3,1-12).

PORTANTO, o bem e o mal estão à disposição de nossa língua. Se semeamos o mal, colheremos frutos maus. Se semeamos o bem, colheremos o bem. “Não vos iludais, de Deus não se zomba; o que alguém tiver semeado, é isso que vai colher”, (Gal. 6,7). “Se queres possuir a verdadeira vida, afasta a tua língua da maldade e teus lábios de palavras mentirosas. Evita o mal e faze o bem, procura a paz e vai com ela em seu caminho” (Sl.33,14-15).

Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
[email protected]

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