O pastor Silas Malafaia criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso durante o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (2) na Avenida Paulista, em São Paulo.
Malafaia fez as declarações do carro de som em que Bolsonaro estava. O ex-presidente discursou depois e não mencionou os ministros, mas criticou as investigações sobre a tentativa de golpe de estado para mantê-lo no poder. O inquérito é relatado por Moraes.
O pastor iniciou seu discurso dizendo que não iria atacar o STF, mas citou 16 vezes Moraes e 1 vez Barroso.
Malafaia disse que afirmou que, contrariando a legislação eleitoral, uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu “todo o poder” a Moares em 2022, e que o ministro aplicou uma “multa de deboche” ao PL, partido de Bolsonaro, quando a anulação de votos sem apresentar provas de fraude.
Esse questionamento do PL foi apontado pela PF, no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, como o ápice da estratégia do uso do PL para apoiar as narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas.
O pastor afirmou ainda que Moraes disse que a extrema-direita tem que ser combatida na América Latina. E completou: “Como ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater nem extrema-direita nem extrema esquerda. Ele é guardião da Constituição”.
Na verdade, em agosto de 2023, Moraes afirmou que via um aumento de ataques à democracia em todo o mundo, relacionado ao crescimento do populismo de extrema direita. Esses ataques, segundo o ministro, eram diferentes do que aconteceu na década de 1960 na América Latina.
Barroso
Diante dos apoiadores de Bolsonaro, Malafaia relembrou uma afirmação do ministro Luís Roberto Barroso sobre derrotar o bolsonarismo.
“O presidente do STF, ministro Barroso disse “nós derrotamos o bolsonarismo. Isso é uma vergonha, é uma afronta ao povo. Eu quero dizer: sabe quem é o supremo poder dessa nação? O povo. Todos nós temos que nos submeter ao povo”, disse Malafaia.
A declaração de Barroso aconteceu em um evento da União Nacional dos Estudantes (UNE) em julho de 2023. Pouco depois, o ministro divulgou uma nota dizendo que usou a expressão “derrotamos o bolsonarismo” quando, nas suas palavras, se referia “ao extremismo golpismo e violento que se manifestou em 8 de janeiro e que correspondeu a uma minoria”.
Barroso também disse que “jamais pretendia ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática que é perfeitamente legítima.”
Fonte: g1
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