Dilton e Feito

Lula ganha R$ 3,7 mil por minuto em novo emprego

Lula começou lendo um discurso burocrático com números e datas da LG no Brasil exatamente às 19h40 e terminou ovacionado pelos mil convidados da empresa às 20h20

A primeira palestra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durou exatos 40 minutos. Segundo fontes do mercado, Lula recebeu R$ 150 mil da LG pela palestra. Isso significa que o ex-presidente ganhou R$ 3.750,00 por minuto de trabalho em sua nova atividade de palestrante. A LG não confirma nem desmente os valores.

Lula começou lendo um discurso burocrático com números e datas da LG no Brasil exatamente às 19h40 e terminou ovacionado pelos mil convidados da empresa às 20h20. “Sou brasileiro e não desisto nunca”, foi a última frase de Lula, que levantou a plateia formada em grande parte por estrangeiros.

Os números sobre o cachê de Lula eram o principal assunto entre os convidados antes do evento, que incluía uma exposição tecnológica e jantar. “Espero que não caia o nível do jantar por causa do cachê do Lula”, comentou um convidado antes de entrar.

Alguns citavam cifras ainda mais estratosféricas de R$ 200 mil até R$ 400 mil. O pacote incluía também a participação de Lula no jantar e um passeio pela exposição mas assim que terminou a palestra Lula entrou no carro e foi embora.

O início burocrático durou apenas os 15 minutos em que a imprensa teve acesso . Uma das exigências de Lula foi que os jornalistas não ficassem até o final sob o argumento de que só voltará aos holofotes depois do carnaval.

Depois de elencar o histórico da LG no Brasil, se esforçando para ler o texto com os óculos de grau e para não gaguejar em palavras como “desfechado” e “ininterruptamente”, Lula começou a pontuar as leituras com pequenos improvisos, geralmente casos e bastidores do governo.

Improviso

Depois que a imprensa deixou o pequeno espaço no fundo do auditório o ex-presidente abandonou o roteiro e partiu para o improviso. Ele citou diversos números de seu governo fazendo uma espécie de inventário e refutando a tese da “herança maldita” defendida por alguns opositores. Os números eram comparados com os do antecessor, Fernando Henrique Cardoso, e até com países estrangeiros, como EUA.

No final, defendeu Dilma. “Este é o país que queremos continuar construindo. Confio plenamente na integridade, no compromisso, na ideologia da companheira Dilma”, afirmou.

Antes de terminar com o slogan cunhado em 2003 pelo publicitário Duda Mendonça (“sou brasileiro e não desisto nunca”), Lula citou Chico Buarque de Holanda. “A gente não fala grosso com a Bolívia mas também não fala fino com os EUA. A gente fala manso e respeitosamente com todo o mundo”.(IG)

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