Governador de fortes laços com Feira de Santana, onde residia até a posse no cargo, em 1 de janeiro deste ano, Jerônimo Rodrigues deve liderar um movimento pela formação de um consórcio, com os 12 municípios situados no entorno do Lago de Pedra do Cavalo, para uma efetiva defesa deste manancial, bem como uma maior exploração dos seus recursos.
A proposta foi apresentada hoje (19), na Câmara de Feira de Santana, pelo ex-secretário Municipal de Meio Ambiente e ex-deputado federal Sérgio Carneiro, convidado como palestrante de uma Audiência Pública para discutir problemas que ameaçam o lago, iniciativa do vereador Jurandy Carvalho (PL).
Sérgio tem um amplo conhecimento sobre o tema. Acompanha o assunto desde que o pai dele, então secretário de Recursos Hídricos do Estado, comandou a obra de construção da Barragem de Pedra do Cavalo, na década de 80, durante o governo de Antonio Carlos Magalhães.
Maior que a Bacia da Guanabara, no Rio de Janeiro, o Lago de Pedra do Cavalo precisa de ações, segundo ele, que somente os prefeitos das cidades do seu entorno, juntos com o Governo da Bahia, podem implementar. Em primeiro plano, limpar e impedir que a poluição continue. Na sequência, criar projetos que viabilizem o aproveitamento da água na irrigação por gotejamento, psicultura, prática de esportes náuticos e outros entretenimentos.
A atuação de forma compartilhada entre Estado e municípios, ele disse, facilita o planejamento de uma ação integrada com órgãos como a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder), a empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema): “O trabalho destes agentes públicos permitiria obter um diagnóstico dos problemas e, a partir daí, desenvolver as melhorias. “Há um enorme potencial, infelizmente inexplorado”.
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A ideia de criação de um consórcio entre os municípios teve manifestação favorável do presidente do Conselho Gestor da Área de Preservação Ambiental (APA) do Lago Pedra do Cavalo, Márcio Pimentel. Ele disse que nenhum órgão conseguirá resolver sozinho os problemas ambientais do Lago de Pedra do Cavalo. “Depende do esforço de todos. Gostei da proposição, até porque o lago, que abastece cerca de 6 milhões de pessoas, foi criado para ser multifuncional”. A Área de Proteção Ambiental (APA), decretada no ano de 1997 tem área de 30.156 hectares, 186 km², tem o objetivo de proteger o manancial, assegurar a qualidade da água, disciplinar o processo de ocupação e contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população regional.
Embora a prioridade seja o abastecimento, explicou o especialista, respeitadas as legislações federal, estadual e municipal, atividades produtivas como pecuária, agricultura de irrigação (milho, feijão, mandioca e outros), hotelaria, atividade industrial, construção de condomínios, pesca artesanal de peixes e crustáceos e o turismo de alta e baixa densidade, também podem ser desenvolvidas em seu entorno.
Participaram da Audiência Pública o deputado estadual Pablo Roberto, o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Wilson Falcão, o ex-diretor de Educação Ambiental da Prefeitura de Feira, João Dias, entre outros. A vereadora Eremita Mota (PSDB) fez a abertura do evento. Outros vereadores presentes: Galeguinho SPA (PSB), Zé Curuca (UB), Lu de Ronny (MDB), Fernando Torres (PSD), Pastor Valdemir (PV), Luiz da Feira (Avante|), Ron do Povo (MDB) e Petrônio Lima (Republicanos).
Também estiveram presentes, entre outros, a advogada Cristine Nascimento; secretária da Colônia de Pescadores Z-95, Rosimeire Santana; Gildo Borges (Gerência Regional da Embasa); Tatiana Novaes (Associação Comercial de Feira) e representantes do deputado federal Zé Neto, do deputado estadual José de Arimatéia, da Secretaria de Meio Ambiente de Feira, do Eco Resort), da Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb), da empresa Votorantim, do Instituto Pensar Feira e das Prefeituras de São Félix, Conceição da Feira, Muritiba e Santo Estevão.
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