Um ônibus levava todos os dias um grupo de pessoas para a cidade. Cada uma delas tinha um objetivo: trabalhar, estudar, fazer compras, visitar amigos. Cada uma delas tinha também um jeito de viajar.
UM SENHOR lia jornal. Ao seu lado alguém tentava dormir. Sua tentativa era atrapalhada por pessoas que falavam mal de tudo e de todos, principalmente de políticos envolvidos em corrupção. Sentada no primeiro banco, uma senhora carregava um pequeno saco de papel e, de quando em quando, jogava alguma coisa pela janela.
ALGUNS passageiros achavam que a mulher era maluca. Um dia alguém resolveu perguntar o que ela estava fazendo. Com simplicidade, respondeu: espere a primavera e verá! E explicou: esta estrada é tão triste, tão vazia e por isso jogo sementes de flores. E quando, finalmente, a primavera chegou, as margens daquele caminho ficaram embelezadas de flores, girassóis, lírios e muitas outras flores coloridas, acolhendo aves, abelhas e borboletas. E todos os passageiros contemplavam aquela maravilha que tornava a viagem prazerosa.
NOSSA vida é uma viagem com um destino estabelecido. O jeito de viajar é escolha de cada um. Alguns dormem, outros criticam o caminho, alguns sentam nos primeiros bancos, imaginando chegar antes, outros acomodam-se nos últimos bancos, parecendo querer evitar o futuro. Uns cumprimentam os colegas, outros mostram-se irritados. Alguém pode estar rezando.
É INEVITÁVEL a colheita. Somos livres em escolher as sementes que semeamos, mas obrigados a colher aquilo que semeamos. Aquele que semeia flores,, colherá flores; aquele que semeia espinhos, espinhos colherá, mas aquele que nada semeia, nada colherá.
FAZER felizes os que viajam ao nosso lado é dever de todos nós. A felicidade ou o mau humor dos outros nos contagiam. Nunca saberemos quando termina nossa viagem. Importante é viajar com satisfação, mesmo porque, no caminho da vida, só se passa uma vez. O que fazemos é definitivo e a ocasião perdida não se repete. O importante é que o caminho se torne mais bonito porque nós passamos por ali. Assim sendo, nossa viagem – leia-se nossa vida – não terá sido inútil. E no fim da viagem aguardamos o abraço de Deus.