Política

Invasão de terra 'não é concebível', mas CPI do MST não pode se tornar 'palanque político', diz ministro da Agricultura

Carlos Fávaro deu declaração antes de participar de evento com ex-ministros da área. CPI foi criada pela Câmara após MST invadir terras rurais.

Foto: Filipe Matoso/g1
Foto: Filipe Matoso/g1

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (27) que “não é concebível” a invasão de terras produtivas, mas acrescentou esperar que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar invasões não se transforme em “palanque político”.

A CPI do MST foi criada nesta quarta (26), após a leitura do requerimento de criação pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Agora, caberá aos líderes partidários indicar os integrantes para que a comissão seja instalada e possa iniciar os trabalhos.

O pedido de criação da CPI foi apresentado em meio a um cenário de invasões organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

“É prerrogativa do Congresso e nós não podemos, em hipótese alguma, contestar essa prerrogativa. Agora, o que eu tenho a dizer é que eu gostaria muito é que essa CPI não se transformasse em palanque político. A eleição já passou e nós temos que olhar para o futuro e fortalecer a agropecuária. Concordo plenamente que não é o momento de invadir terra e nunca é o momento de invadir terra produtiva”, declarou Fávaro nesta quinta.

“É papel do Estado ajudar que a reforma agrária aconteça, nós temos essa função, mas dentro da lei. Invasão de terra produtiva não é concebível”, completou o ministro da Agricultura.

Desconvidado da Agrishow

Ainda na entrevista desta quinta-feira, o ministro da Agricultura foi questionado se irá à Agrishow, um dos maiores eventos do setor, que reúne produtores rurais e que terá a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. Fávaro disse ter sido desconvidado pela organização do evento.

“A Agrishow é uma grande feira brasileira. Eu fui desconvidado, mas desejo sucesso, que façam bons negócios, levem oportunidades aos produtores e, em um momento propício, no momento que for convidado, e se ainda for ministro, faço questão de estar lá”, respondeu Fávaro.

Plano Safra


Carlos Fávaro também comentou o Plano Safra 2023/2024, que deve ser anunciado pelo governo ainda no primeiro semestre.

Segundo o ministro da Agricultura, o volume de crédito do programa ainda não foi definido, mas a expectativa, segundo ele, é que seja superior ao destinado para a safra 2022/2023, de R$ 340,8 bilhões.

Fávaro disse que os produtores que adotarem “boas práticas” terão acesso a mais recursos.

O ministro afirmou ainda, sem dar detalhes, esperar que a taxa de juros seja reduzida. Para ele, a atual taxa básica de juros da economia, a Selic, está “muito alta”. O patamar é definido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).

Fonte: g1

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