Por Vladimir Aras
Foto: Divulgação
A culpa sempre é do mordomo. Quase sempre a culpa é dele. Nesse filme de terror em que se transformou a gestão do turismo no Brasil, a culpa foi “da” mordomo (a governanta!) e do chofer.
Foram eles que demitiram o ministro do Turismo, coitado.
Éramos nós que pagávamos os salários dos funcionários do paço ministerial, montado pelo próprio ministro e sua primeira-dama. Que viagem!
Essas pequenas facilidades e benesses, tão comuns nos governos de todas as cores, corroem a ética pública e minam a confiança do povo na democracia. Os donos das
sinecuras acham normal levar vantagens aqui e ali. São os salários indiretos da improbidade e das “prerrogativas”. Ninguém fiscaliza; todos se locupletam.
CGU, TCU, PF, RFB, COAF e MP e outros órgãos até tentam ajudar na faxina. Mas pouco podem. Corrupção é uma doença contagiosa e os remédios disponíveis ainda são fracos e a profilaxia é lenta.
O ministro do turismo já vai tarde. Podemos dizer-lhe: “Tome aqui seu voucher. Boa viagem. E não volte sempre. Melhor: não volte nunca!”