Preguiçoso e pouco fez por Feira. Foi como o deputado federal eleito Fernando Torres (DEM) definiu o petista Sérgio Carneiro, que não conseguiu reeleição e encerra o mandato quando Torres assume, como único representante do município na Câmara Federal.
O comentário nada amigável ocorreu em entrevista à edição impressa semanal da Tribuna Feirense. No passado Sérgio e Fernando trocaram elogios mútuos, mas a relação, que já vinha ruim, só tende a piorar com as novas declarações.
Foi justamente comentando o desempenho dos candidatos feirenses na eleição que Torres livrou a cara de Colbert Martins, mas não poupou Sérgio. Afirmou que não ia citar nomes, mas era desnecessário, pois deu todas as indicações de que falava do petista.
“Não venceu porque é preguiçoso e pouco fez por Feira. Só sabe se apoiar no passado, no nome do pai, não tem luz própria. A cidade cansou de passado, até porque se for olhar o tempo dele na Interurb não foi muito bom. O povo cobra a presença dos seus representantes. Não adianta alugar apartamento e dizer que mora aqui”, disparou. Interurb era o órgão do governo do estado que Sérgio dirigiu quando o pai João Durval governou a Bahia e que teve uma atuação forte em Feira de Santana, ao ponto de se dizer na época que constituía uma prefeitura paralela.
Houve um tempo em que se poderia dizer: Quem é Fernando Torres para falar de Sérgio Carneiro? Hoje não mais. O candidato do DEM será em 2011 o único feirense em Brasília, a não ser que os arranjos políticos na composição dos governos federal/estadual ou decisões judiciais relacionadas com a lei da Ficha Limpa alterem a configuração que saiu das urnas em 03 de outubro. Já o petista depende de terceiros para ter alguma posição de destaque nos próximos anos (especula-se seu nome para o secretariado do segundo mandato de Wagner).
Fernando tem ampliado a força na política local desde 2006, quando se elegeu deputado estadual. Em 2008 vários candidatos que seguiam sua orientação se elegeram vereadores. Depois de conseguir se tornar deputado federal (uma eleição que todos consideravam difícil) agora articula o nome de Ronny para presidir a Câmara de Feira. Passa a nítida impressão de que se o nome emplacar, estará mais comprometido com o deputado que com o prefeito.
Ao mesmo tempo, Torres se apresenta como conciliador para impedir o racha entre Tarcízio Pimenta e José Ronaldo, que seria provocado por uma tentativa do ex-prefeito de voltar ao cargo em 2012, ano em que Tarcízio, como é natural, já avisou que tentará a reeleição. Mesmo que não consiga, é mais um sinal de que o intempestivo deputado está decidido a ser nos próximos anos, ator principal da cena política feirense. O que aliás, já se considera, ao dizer, na mesma entrevista à Tribuna que “juntos, Fernando Torres, Tarcízio Pimenta e José Ronaldo, a eleição está ganha”( Dia Feira)