Política

'Feira não tem disponibilidade hídrica para abastecer toda a população', diz coordenador do Sindae

De acordo com Grigório, a Bahia é um estado muito pobre economicamente, e a Embasa só consegue manter os serviços por causa do chamado subsídio cruzado, a fim de que seja possível manter a tarifa social num valor capaz de abastecer as áreas menos favorecidas.

“Feira de Santana é uma cidade que tem uma grande população, mas não tem disponibilidade hídrica para abastecer toda a sua população”. A afirmação é de Grigório Maurício Rocha, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado da Bahia (SINDAE), durante sessão especial ocorrida na Câmara Municipal na manhã desta sexta-feira (24) para discutir sobre a importância da água e da possível privatização da Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento.

De acordo com ele, a possível PPP – Parceria Público Privada – sobre a privatização da Embasa está gerando um gigantesco debate, mas frisou que essa luta não é de agora. “Na década de 1990, quando se privatizou quase tudo, inclusive a Coelba, a Embasa estava para ser privatizada, mas o SINDAE lutou muito para evitar isso. Naquele momento a luta era para impedir que a Embasa fosse privatizada totalmente; hoje em dia há novos modelos de privatização, mas que mercantilizam de igual modo”, disse.

Ainda de acordo com Grigório, a Bahia é um estado muito pobre economicamente, e a Embasa só consegue manter os serviços por causa do chamado subsídio cruzado, a fim de que seja possível manter a tarifa social num valor capaz de abastecer as áreas menos favorecidas. “Mas a privatização não está preocupada em incluir a população de baixa renda; eles estão preocupados em aumentar o valor do produto para lucrar mais e mais”, pontuou.

Disse ainda que Feira de Santana vive um sistema integrado com a sua região metropolitana, englobando vários municípios, o que não é cabível, de acordo com ele, diante do seu porte. “Dentro da logica do abastecimento público, o padrão de qualidade do serviço deve ser o mesmo, independentemente do tamanho da cidade ou do Estado. Mas há uma quebra dessa lógica, e a parceria público privada busca que a cidade seja desmembrada dos demais municípios e seja administrada por uma empresa privada”, ressaltou.

Por fim, pediu que todos se levantem contra o projeto de lei nº 24.362/2021, que autoriza a privatização da Embasa, “a qualquer tempo, e sem passar por nenhum debate, seja com a população ou mesmo com os (as) próprios (as) deputados (as) estaduais”.  

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