Política

Fala de Eduardo Bolsonaro sobre STF recebe críticas

Uma fala de Eduardo Bolsonaro, deputado federal eleito pelo estado de São Paulo e filho do candidato à presidência Jair Bolsonaro, está repercutindo entre autoridades e nomes importantes da política do país.

Em vídeo gravado no primeiro turno das eleições, Eduardo afirma que um cabo e um soldado seriam suficientes para fechar o Supremo Tribunal Federal. O registro ganhou notoriedade neste final de semana e circula pelas redes sociais. No vídeo, Eduardo faz uma palestra em um curso preparatório. Durante o evento, o filho de Bolsonaro é questionado sobre uma suposta impugnação do órgão à campanha do pai. Eduardo, então, questiona o poder do STF e diz que, apenas com dois agentes das Forças Armadas, seria possível fechar o Tribunal. A fala já repercutiu entre as principais figuras do poder do país. O ministro do STF, Celso de Mello, classificou como inconsequente e golpista a fala do deputado. O magistrado disse, ainda, que a grande votação recebida por Eduardo Bolsonaro não legitima o que avaliou como “investidas contra a ordem político-jurídica”. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, foi outro a classificar como "muito ruim" a declaração de Bolsonaro. Para o magistrado, a declaração demonstra que "não se tem respeito pelas instituições pátrias". A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, disse que as instituições estão funcionando normalmente no Brasil e que nenhum juiz do país vai se abalar por manifestações que ela classificou como “de todo inadequada”.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso utilizou a conta pessoal no Twitter para criticar a fala do deputado. FHC disse que esse tipo de declaração merece o repúdio dos democratas e classificou a fala como uma ameaça ao STF. O ex-presidente ainda afirmou que falas como esta "cheiram a fascismo", assim como qualquer outra de qualquer partido que seja contra leis e a Constituição. O candidato à presidência pelo PT, Fernando Haddad, foi mais duro e questionou se Eduardo havia pensado antes de fazer a declaração. Haddad também classificou a família Bolsonaro como “milicianos”. Já o pai de Eduardo, Jair Bolsonaro, disse que “não existe crítica sobre fechar o STF” e que, se alguém falou em cometer tal ato, precisaria de consultas psiquiátricas. Ao saber que a fala era do filho, o candidato do PSL disse desconhecer a declaração e afirmou que ela estaria fora de contexto. Após a repercussão negativa, Eduardo Bolsonaro recuou em relação ao que disse no evento. O deputado afirmou que nunca defendeu tal posição e se desculpou em suas redes sociais, ao dizer que "se fui infeliz e atingi alguém, tranquilamente peço desculpas e digo que não era a minha intenção". 

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