A forma estatística dos óbitos por coronavírus, pela Secretaria Municipal de Saúde – também adotada pela Secretaria de Saúde do Estado – apresenta números, diariamente, que não representam a realidade. Este entendimento, do jornalista Valdomiro Silva, que atua na Assessoria de Comunicação da Câmara, está sendo defendido pelo vereador Pedro Américo (DEM), que falou sobre o assunto na Casa da Cidadania. De acordo com a observação do profissional de imprensa, o quantitativo de mortes anunciado ao final do dia pelos órgãos de saúde contabilizam não exatamente óbitos registrados nas últimas 24 horas, como divulgado.
"Ele nos adverte que os próprios boletins acusam alguns falecimentos ocorridos dias atrás ou até mesmo há meses e são contabilizados como se fossem das últimas horas", diz o vereador. Assim, avalia Pedro Américo, em vez de comunicar o número específico de vítimas naquele dia, soma-se aquelas de datas anteriores, criando a falsa sensação de recrudescimento de casos num determinado período. O mês de março foi usado como exemplo por Valdomiro, em seu levantamento. No dia 29, uma segunda-feira, foram anunciados oito mortes no Município, por Covid-19. Concretamente, nenhuma ocorreu naquela data. Se passaram dias 6, 11, 20 (dois óbitos), 21, 22 e 28 (dois óbitos).
Ao final das quatro semanas de março, o balanço "fiel" dos óbitos, na análise estatística do jornalista, foi o seguinte: 18 na semana de 1 a 7; 16 mortes na segunda semana do mês (do dia 8 a 14 ); 20 na semana seguinte, a terceira (entre os dias 15 e 21) e 6 óbitos na última semana de março (22 a 28). Na análise do jornalista, os números podem se alterar com os dados apresentados nos meses seguintes, já que diariamente vítimas de datas anteriores surgem no boletim, mas o "susto" e o pessimismo já surtiram o seu efeito junto a sociedade, com a divulgação de um número irreal de mortes nas datas específicas desses relatórios.