NO DIA PRIMEIRO de maio celebramos o Dia do Trabalho. Todos sabemos que o trabalho, o emprego e a justa remuneração, são necessários para que as pessoas possam sustentar dignamente a si e aos seus dependentes. Sem trabalho, a pessoa vai caminhando diretamente para a miséria e a fome. Sem trabalho, também, seus direitos sociais, como por exemplo, assistência à saúde e seu futuro, como aposentadoria, ficam prejudicados e afetam a dignidade do trabalhador.
QUANTAS pessoas hoje são vítimas do desemprego! Quando não há trabalho é a dignidade que corre riscos, porque, a falta de trabalho, não permite que levemos o pão para casa nem que nos sintamos dignos de ganhar a vida1. O trabalho não é um dom gentilmente concedido a poucos protegidos. É um direito de todos!
A ATITUDE de pedir emprego, muitas vezes, se assemelha a um pedido de esmola. O pedido é feito de uma maneira mais ou menos envergonhado como se fosse uma coisa errada, ou se a pessoa tivesse culpa de não estar empregada. Na realidade, ela está exigindo um direito fundamental, o direito de trabalhar.
AO TRABALHO corresponde um salário justo. Justo não quer dizer apenas o “estabelecido pela lei”. É justo quando for suficiente para si e para sua família. Por isso, está roubando aquele que não paga um salário justo a seu empregado. Mas, o empregado também rouba, quando não cumpre seu dever em tempo e qualidade. Sem trabalho e sem salários justos não há solução duradoura para a situação de milhares de famílias.
SÃO PAULO, estabelece uma lei dura: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer”. (2 Ts 3,10). São Francisco de Assis aponta a preguiça como inimiga do corpo e da alma. O próprio Jesus quis ser um trabalhador manual. Passou grande parte de sua vida na oficina de São José. Por intercessão de São José Operário e de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, invocamos a proteção de Deus sobre os trabalhadores e suas famílias.
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
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