No dia primeiro de maio de 1886, em Chicago, mais 180 operários que trabalhavam entre 14 e 16 horas por dia, em sinal de protesto, pararam suas atividades, exigindo oito horas por dia. A resposta dos patrões veio com violência e seis operários morreram enquanto centenas ficaram feridos. A luta valeu. O direito foi reconhecido. Desse protesto surgiu o Dia Internacional do Trabalho.
MAIS DE 125 anos depois, a preocupação é diferente. Já não se fala muito de número de horas, de salários e de condições de trabalho. O mundo está preocupado com a falta de empregos. Em poucos anos, a técnica diminuiu milhares e milhares de empregos nas empresas e colocou seus ocupantes na rua. A produção continua a mesma, mas com menos gente.
TODOS sabemos que o trabalho, o emprego e a justa remuneração, são necessários para que as pessoas possam sustentar dignamente a si e aos seus dependentes. Sem trabalho, a pessoa vai caminhando diretamente para a miséria e a fome. Sem emprego, também seus direitos sociais, como por exemplo a assistência à saúde, e seu futuro, como aposentadoria, ficam prejudicados.
A ATITUDE de pedir emprego, muitas vezes, se assemelha a um pedido de esmola. O pedido é feito de uma maneira mais ou menos envergonhado como se fosse uma coisa feia, ou se ele tivesse culpa de não estar empregado. Na realidade, ele está exigindo um direito fundamental, o direito de trabalhar.
AO TRABALHO corresponde um salário justo. Justo não quer dizer apenas o “estabelecido pela lei”. Justo é quando é suficiente para si e para sua família. Está roubando aquele que não paga um salário justo a seu empregado. Mas o empregado também pode roubar. Isso acontece quando não cumpre seu dever em tempo e qualidade.
SÃO PAULO, na Carta aos Tessalonicenses, estabelece uma lei dura: “Se alguém não quiser trabalhar, também não deve comer”. São Francisco aponta a preguiça como inimiga do corpo e da alma. O próprio Cristo quis ser um trabalhador manual, passando grande parte de sua vida na oficina de São José. Por intercessão do operário São José e de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, invocamos a proteção de Deus sobre os trabalhadores e suas famílias.
+ Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
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