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Crianças e tecnologia: qual é a hora certa para criar essa relação?

Para a neurocientista e consultora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, Carla Tieppo, crianças com menos de 2 anos de idade não devem ser expostas às telas.

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Composta por aqueles que nasceram de 1992 até hoje, as gerações Z e Alpha não conheceram o mundo sem as facilidades da internet, tablets, smartphones e tudo o que a tecnologia trouxe para a sociedade. Mas, para os pais, que ainda estão aprendendo a lidar com o mundo imerso em tecnologia, fica a dúvida de qual é a hora certa para apresentar o mundo digital aos pequenos.

Para a neurocientista e consultora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, Carla Tieppo, crianças com menos de 2 anos de idade não devem ser expostas às telas. “O grande problema dessas tecnologias é que a criança define quando começa e quando termina, então ela não tem que prestar atenção para poder absorver. Por isso, recomendamos o estímulo de outras formas, como a literatura, por exemplo”, afirma. A especialista explica que, quando um adulto está contando uma história, a criança sente a necessidade de prestar atenção para não perder nada e, assim, passa a entender e valorizar essa interação ao vivo.

Dos dois aos cinco anos, a recomendação para os pais é diferente. Carla explica que, com essa idade, os jovens já podem interagir com a tecnologia por, em média, duas horas diárias, com o intermédio de um adulto. Porém, a ressalva é de que sejam sempre atividades de aprendizagem, não entretenimento. “Os estímulos devem ser de construção, um software que seja mais educativo. Isso vai abrir portas para o uso tecnológico no processo de aprendizagem, dando o entendimento da tecnologia como aliada e não somente distração”, reforça.

Dentro de sala, o interesse ao falar de tecnologia já é uma realidade. A assessora de Tecnologia Educacional e Inovação do Colégio Positivo, Ágata Soares, ressalta que o tema também ajuda no incentivo da curiosidade. “A primeira reação dos alunos na aula em que apresentamos a robótica, por meio do Programa Inventura, é fantástica. Buscamos mesclar a parte digital sem tirar a experiência analógica e de mão na massa, que traz ainda mais personalidade aos projetos”, conta.

Além da curiosidade dos alunos, a interação com a tecnologia também é um tema inovador para os pais. “Na nossa época, a aula era giz, quadro e decoreba. Essa inovação em sala faz com que os jovens cheguem na nossa idade muito mais preparados”, comenta Jean Marcelo Ferreira da Silva, médico e pai da Marina, de 10 anos. “Saber lidar com novas tecnologias, produzir e empreender é essencial para que as crianças estejam prontas para as profissões do futuro”, explica.

E, mesmo com a presença de novas disciplinas dentro das grades curriculares, as matérias usuais não ficam de lado. De acordo com a professora do Colégio Positivo Joinville, Adriana Herdt Schuelter, a robótica em sala de aula é uma ferramenta valiosa para ensinar disciplinas como Matemática, Física e Geografia em um ambiente de aprendizagem diferente. “O aluno vivencia, por meio da construção dos robôs programados por eles, conceitos estudados em sala de aula, trabalhando a construção e a reconstrução, a colaboração, o planejamento e a pesquisa”, explica.

Para Tatiana Izidoro Gomes Pavezi, a participação do filho no projeto é uma inclusão dentro do que será o futuro. “Não temos como desvencilhar as crianças da tecnologia, eles são movidos por desafios e projetos que ajudam a instigar sua curiosidade e vontade de aprender”, conta. Com o foco em gerar um letramento digital e pensamento computacional, a presença de tecnologia dentro das escolas é uma opção para preparar os alunos para o futuro das profissões, explica Ágata. “Com essa modalidade, o aluno entende quais ferramentas estão à sua disposição e de que forma ele pode utilizá-las na resolução de problemas cotidianos”, finaliza.

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