Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Bahia) mostram que entre agosto de 2023 e 5 de agosto de 2024, nasceram 155.147 bebês na Bahia e 12.799 deles não tiveram o nome do pai registrado nas certidões de nascimento. Números que despertam questionamentos em relação ao impacto da presença, assim como da ausência, da paternidade no desenvolvimento e bem-estar desses filhos.
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E mais que um nome no registro é importante destacar o conceito de paternidade ativa, que é quando os homens se envolvem no dia a dia e nas tarefas e sabem que além de cuidar, eles também podem amar e sentir participando ativamente da rotina de cuidados com filhos.
A psicóloga Edivaneide Oliveira destacou ao Acorda Cidade que nessa nova redistribuição igualitária dos papéis feminino e masculino, o homem, como marido e como pai, tem sido alvo de transformação na vida da criança.
“A criança precisa do papel do pai para o seu desenvolvimento saudável. No segundo ano de vida já existe a imagem de pai e de mãe, a criança reconhece e entende a diferença entre um e outro. A figura paterna tem a função de apoiar o desenvolvimento social da criança, auxiliando a enfrentar as dificuldades do período”, disse.
De acordo com a psicóloga, a presença do pai poderá facilitar a criança na passagem do convívio familiar para o convívio em sociedade. Ela ainda destaca que a experiência clínica tem mostrado que na vida adulta, as consequências dessa convivência entre pai e filho vão aparecer, seja nos modos da construção das relações afetivas ou nos modos de construção das relações sociais do filho.
“Essa interação entre pai e filho é importante para o desenvolvimento social e cognitivo da criança, facilitando a capacidade de aprendizagem e a interação na comunidade, então o papel do pai é decisivo também para o desenvolvimento dos filhos na entrada da adolescência, inclusive para evitar o envolvimento com coisas erradas. Pesquisas demonstram que em uma família sem a presença do pai ou nas quais os pais apresentam pouca intenção com seus filhos, existe maior associação com o baixo desempenho cognitivo da criança e maiores índices de distúrbios do comportamento em adolescentes. Geralmente essa ausência tem impacto negativo”, analisou Edivaneide.
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