O Comitê de Enfrentamento das Ações de Prevenção à Cólera, em Feira de Santana, realizou nesta segunda-feira (6) a coleta de amostras de água em nascentes e afluentes de locais próximos à Lagoa do Geladinho, situada no Parque Radialista Erivaldo Cerqueira.
A medida foi adotada após análises detectarem a presença do vibrião causador da cólera na lagoa do parque municipal.
De acordo com o diretor do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, João Dias, o parque continua fechado ao público, e o comitê segue investigando de onde surgiu o vibrião.
“Nós encontramos em dois pontos da Lagoa do Geladinho, mas até agora não sabemos como veio parar nela. Nós suspeitávamos de que poderia ser do Riacho da Nascente, que deu um vibrião, mas não da cólera, e por isso a gente vai coletar no afloramento da nascente, que é o lugar onde a água sai do chão e no local onde há mais suspeita, que é o canal da Rua Nova, pois quando chove forte, extravaza para a lagoa”, informou João Dias.
Segundo ele, também será feita a coleta em três pontos do Rio Jacuípe, aonde a população costuma se banhar, praticar esportes aquáticos e pescar, como também em uma lagoa no Distrito de Jaguara, onde foram colocados peixes provenientes da Lagoa do Geladinho.
“Aqui está a Secretaria de Saúde, com a Vigilância Epidemiológica, a CIEVS (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde) e também a Embasa. Todos são membros do comitê, para tentarem identificar o foco inicial do vibrião colérico. Os resultados são mais lentos, porque a gente depende primeiro do Lacen, que é referência estadual, e depois a Fiocruz, que é referência federal”, afirmou.
Neuza Santos, que faz parte do Cievs, destacou em entrevista ao Acorda Cidade, que as coletas estão sendo feitas com o objetivo de entender se o patógeno está presente também em outros locais de Feira de Santana para haver uma resposta urgente e eficaz
“Essas amostras serão encaminhadas para o Laboratório Central da Bahia (Lacen) para serem processadas e esses resultados a gente deve ter dentro de um período de 15 dias. Esse trabalho já vem sendo feito há algum tempo, desde quando recebemos a informação no dia 6 março, através do diretor João Dias, de que estavam morrendo peixes na Lagoa do Geladinho, no Parque da Lagoa, e nós trabalhamos com essas informações estratégicas de vigilância em saúde, para que essa situação possa ser transmitida de modo rápido para evitar que o risco à saúde pública seja iminente e cause dano à população”, explicou Neuza Santos.
Ela informou também que o comitê está se reunindo todas as sextas-feiras no Cievs, que fica no prédio da Secretaria Municipal de Saúde, na Vigilância Epidemiológica, para discutir as ações emergentes que devem ser tomadas por todos os eixos envolvidos, como a Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Saúde, Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental, além do Núcleo Regional de Saúde, que faz parte do estado e está em parceria com o município.
“A prefeitura deve tomar as decisões baseada nas reuniões do comitê. A gente depende do resultado agora para saber se esse vibrião que foi encontrado é patogênico, se ele tem essa toxina que causa diarréia, a cólera, então estamos aguardando porque foi encaminhado para o laboratório da Fiocruz e assim que chegar esse resultado a gente pode difundir e informar a população. Porém, independente do resultado que vier, as decisões e as ações de prevenção e controle para que esse agravo ou qualquer outro não se difunda, nós já estamos tomando todas as medidas de acordo com o que preconizado”, salientou.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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