Operação Lava Jato

Cobrança de propina no governo do Rio era replicado na prefeitura

Os procuradores ressaltaram que tanto o estado e a prefeitura eram comandados pelo PMDB.

Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro afirmaram hoje (3), que o esquema de cobrança de propinas em obras do estado – e que levou à prisão o ex-governador Sérgio Cabral – era replicado nas obras sob responsabilidade da prefeitura. Os procuradores ressaltaram que tanto o estado e a prefeitura eram comandados pelo PMDB. “A organização criminosa liderada pelo governador Sérgio Cabral de fato também se estendeu a outras ramificações do PMDB [no estado do Rio], inclusive mantendo o nome que se dava a propina cobrada, que era 'taxa de oxigênio'", disse o procurador da República Sérgio Pinel. O procurador Rafael Barreto disse que as investigações – que pela primeira vez tem como alvo a prefeitura do Rio – foi possível após acordo de leniência da Carioca Engenharias, uma das empreiteiras responsável pela construção do BRT Transcarioca, trecho de ligação da Penha ao Aeroporto do Galeão. Deflagrada a partir de acordo de leniência assinado entre o Ministério Público Federal e empreiteira, a Operação Rio 40 graus – conduzida pela Polícia Federal – visa desarticular um esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina a servidores públicos nas esferas federal e municipal, em um esquema comandado pelo PMDB em obras do BRT Transcarioca e o do Programa de Despoluição da Baía de Jacarepaguá. A operação foi autorizada pelo juiz da 7ª Vara Federal, Marcelo Bretas, e resultou na prisão de dez pessoas. Três conduções coercitivas ainda estavam em andamento no final da manhã. Entre os presos está o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto, que exerceu o cargo na gestão do prefeito Eduardo Paes. Questionados sobre a possibilidade de participação de Eduardo Paes no esquema, os procuradores da República ressaltaram que estão sendo investigados fatos e não pessoas, e agora irão apurar se o esquema também envolveu outras secretarias municipais e obras relacionadas aos Jogos Olímpicos de 2016. Sobre a prisão do ex-secretário, Eduardo Paes disse em nota que a nomeação dele não teve motivação política. "O Alexandre Pinto é um servidor de carreira da Prefeitura do Rio. A política não teve qualquer relação com sua nomeação para a função de secretário de obras. Ao contrário! Caso confirmadas as acusações, será uma grande decepção o resultado dessa investigação."  Leia mais n Agência Brasil.

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários