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Pesquisadores britânicos publicaram um artigo afirmando que, depois de estudos feitos com mais de 13 mil pessoas, algumas delas possuem um conjunto de genes distintos que fazem com que elas tenham menos propensão a engordar. Seria, para eles, o "segredo" de alguns indivíduos que comem muito, mas são magros.
A pesquisa comparou amostras do DNA de pessoas com um Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 18 com outras (1,6 mil casos) com as de pessoas obesas (2 mil casos) e de peso normal (10,4 mil casos). Depois, cruzaram os dados com uma variável sobre estilo de vida, levando em conta a alimentação cotidiana e possíveis distúrbios. Então, descobriram que os obesos do estudo tinham mais chance de ter herdado genes que favorecem a obesidade — ao contrário dos magros, que não possuíam esses mesmos genes e ainda tinham alterações em regiões genéticas recentemente associadas à magreza saudável.
"Esta pesquisa mostra pela primeira vez que pessoas magras e saudáveis são geralmente magras porque têm uma menor carga de genes que aumentam as chances de alguém estar acima do peso e não porque são moralmente superiores, como algumas pessoas gostam de afirmar", disse o pesquisador-chefe do estudo, Sadaf Farooqi, da Universidade de Cambridge, segundo a BBC.
"É fácil se apressar no julgamento e criticar as pessoas pelo peso que elas têm, mas a ciência mostra que as coisas são muito mais complexas. Nós temos muito menos controle sobre o nosso peso do que poderíamos pensar", completou.
A obesidade é um dos temas mais importantes do Ocidente há alguns anos — estudada em cursos universitários, laboratórios e parte do currículo obrigatório de qualquer programa de Nutrição EAD ou presencial. Recentemente, a agência estadunidense de análises econômicas Grand View Research disse que a alta nas taxas de obesidade em economias desenvolvidas, incluindo os Estados Unidos e a Europa Ocidental — resultado de padrões irregulares de dietas por causa do trabalho e do estilo de vida –, estão levando a mais gastos de produtos nutricionais.
O mercado global de suplementos alimentares deverá alcançar o valor de US$ 278 bi (R$ 917 bi) até 2024, seguindo uma tendência anual de crescimento de 9,6% desde 2016, quando valia cerca de US$ 133 bi (R$ 438 bi), de acordo com a agência.
Farooqi disse que, depois da descoberta, a ideia é descobrir quais são os genes ligados à magreza — para então conseguir construir estratégias de emagrecimento saudável. "A maior parte da obesidade é adquirida na vida adulta e está ligada ao ambiente obesogênico em que vivemos — um estilo de vida sedentário e com muito acesso a alimentos ricos em calorias", finalizou.