No auge da tensão após vitória do presidente Lula (PT) em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes se reuniram secretamente, nos primeiros dias de dezembro, na casa do senador Ciro Nogueira (PP-PI), no Lago Sul, em Brasília.
O encontro que ocorreu no dia 08 de dezembro e durou mais de duas horas, intermediado pelo anfitrião, tratou-se de uma tentantiva de convencer Bolsonaro a reconhecer publicamente a vitória de Lula.
Foi o senador, conforme o Metrpóles, quem articulou para que o então presidente gravasse um vídeo pedindo que manifestantes anti-Lula desbloqueassem estradas em novembro. Alexandre de Moraes sabia dos movimentos de Ciro e aceitou o convite para se reunir com Bolsonaro.
Contudo, o efeito foi reverso. Mesmo após a longa conversa, nenhum dos dois recuou e acenou com bandeira branca. Em boa parte da reunião, Ciro Nogueira deixou o recinto e permitiu que Bolsonaro e Moraes conversassem a sós. Sem aperto de mãos, qualquer chance de reaproximação foi sepultada.
Bolsonaro não seguiu o conselho de Ciro Nogueira que poderia ter mudado o curso da história. Ainda presidente, ele foi convencido pela ala ideológica de que reconhecer a vitória de Lula desagradaria à boa parte de seu eleitorado que pleiteava uma intervenção militar.
Na fileira dos que foram contra o discurso, estão Braga Netto, Onyx Lorenzoni, Filipe Martins e militares, como Mauro Cid.
A revelação da reunião faz parte de áudios, obtidos pela revista Veja, nos quais Mauro Cid desabafou sobre suposta pressão que receberia da Polícia Federal para incriminar Bolsonaro e se enquadrar na sentença que Moraes já teria planejado.
Fonte: Bahia.ba
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