Comportamento

BBB21: Brasil discute a rejeição, mas como lidamos com ela na vida real?

Conhecida como uma das mais dolorosas feridas emocionais, a dor da rejeição afeta a mesma área de uma dor física, segundo especialista.

Acorda Cidade

Brasileiros assistiram pela televisão, na última terça-feira (23), os maiores índices de rejeição da história do Big Brother Brasil, quando a cantora Carol Conka deixou o programa com 99,17% dos votos para eliminá-la do reality. Mas a rejeição, no sentido mais profundo da palavra, é uma das feridas emocionais mais perigosas que existem para um ser humano.

Na vida real, “pessoas que viveram ao longo da vida situações onde foram experimentadas várias construções de derrotas, isto é, críticas que foram afetando diretamente a autoestima da pessoa que sofreu através de bullying, críticas da família, no trabalho ou escola, a pessoa cresce insegura, desacreditada de si, de suas capacidades e do seu valor. É uma pessoa que sempre vai olhar a ação do outro como uma rejeição, quando muitas vezes não é”, explica a psicóloga Josiane Souza.

“O problema, muitas vezes, de estar se sentindo rejeitado, ´é nosso. Isso porque a gente sempre vai olhar pelo filtro da nossa ferida. Então você que se sentiu rejeitado, você vai olhar uma situação futura como rejeição. Por exemplo: se você não recebe um retorno de uma ligação, você recebe como rejeição. Outro exemplo: você está num ambiente onde está olhando para alguém e não teve retorno do olhar, recebe como rejeição. Você liga para um amigo e ele diz que não pode sair, você recebe como rejeição. Uma pessoa que não elogiou em determinado momento, você sempre vai interpretar situações com o filtro da ferida vendo rejeição quando muitas vezes não tem”, diz Josiane.

Mas como se libertar dessa, que é uma das piores feridas emocionais que existem e que é recebida pelo cérebro como a dor de uma queimadura, segundo cientistas? Josiane responde.

“É importante elaborar, compreender por que que você sempre olha rejeição quando muitas vezes não tem, sempre é esse sentimento presente e de onde isso vem. É importante analisar a sua história de vida. Porque de fato ninguém pode nos humilhar sem o nosso próprio consentimento. Você jamais é rejeitado até que você se sinta rejeitado. E se você tem um diálogo assertivo e entende um comportamento do outro, muitas vezes você vai se surpreender quando tem rejeição e quando não tem. É muito importante separar o que foi vivido, daquilo que você vive hoje e das interpretações que você faz diante do comportamento do outro. A rejeição é algo que a gente cria sobre o que de fato o outro faz com a gente”, afirma a psicóloga, que também é escritora de quatro livros e palestrante.

Ela atua na abordagem da psicanálise lacaniana, abordando assuntos que tratam o relacionamento abusivo e incentivando vítimas a deixarem o ciclo da violência. 

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