A situação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) dentro de seu próprio partido, o PT, continua crítica, mesmo após o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ter arquivado as representações que pediam investigação sobre a evolução de seu patrimônio. Em reunião a portas fechadas realizada no início da tarde desta terça-feira a bancada de senadores do PT rejeitou, por maioria, a divulgação de uma nota de apoio ao ministro da Casa Civil. A proposta foi apresentada na reunião pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), mas a maioria da bancada se posicionou contra o desagravo público. Segundo relatos, o argumento que prevaleceu foi o de que o objetivo primeiro da bancada é fortalecer a presidente Dilma Rousseff. Ou seja, seria "imprudente" soltar a essa altura uma nota desse tipo sem que seus exatos termos tenham sido combinados previamente com o Planalto. A bancada do PT possui 15 senadores, sendo que vários deles vinham cobrando explicações públicas do ministro da Casa Civil.
ARQUIVAMENTO
Na segunda-feira (6), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu arquivar todas as representações que pediam abertura de inquérito contra o ministro Antônio Palocci (Casa Civil). Ele entendeu que não existem indícios concretos da prática de crime nem justa causa para investigar o caso. Em um documento de 37 páginas, Gurgel afirmou que a legislação penal 'não tipifica como crime a incompatibilidade entre o patrimônio e a renda declarada', referindo-se ao fato de seu patrimônio ter aumentado pelo menos 20 vezes de 2006 para 2010, como revelou reportagem da Folha.