Artesã conta como trabalho com as mãos apresenta beleza, foco, cura e empoderamento coletivo

Das mãos de uma artesã podem sair inúmeros produtos das mais variadas utilidades. É com o trabalho manual que esses artistas trazem vida, saúde e prosperidade para seus cotidianos. Com Denise Guimarães não é diferente. Há 25 anos, ela exerce a atividade como forma de autocuidado, geração de renda e coletividade. 

Para celebrar o Dia do Artesão, neste 19 de março, o Acorda Cidade conversou com a artista para entender mais sobre a sua trajetória dentro do mundo do artesanato. A data também celebra São José, santo carpinteiro, padroeiro dos artesãos. 

Denise já passou por diversos tipos de artesanato. Começou como pintora em São Paulo, depois se mudou para Belo Horizonte e partiu para outras produções. Fez porcelanato e expôs em muitas feiras na capital mineira. De mudança para acompanhar seu esposo na Bahia, ela se reinventou e passou a trabalhar com pinturas de mandalas, telas, em vidros. Além de crochê, pontilhismo, confecção de chaveiros entre tantos outros produtos.

Foi no artesanato que ela encontrou força para se livrar da ansiedade e da depressão. Na arte, Denise encontrou cura para viver bem. Uma verdadeira terapia com as mãos. 

“O artesanato surgiu numa época em que eu estava me sentindo muito ansiosa, depressiva, e ele me mantém focada, me dá a paz, a tranquilidade de que eu precisava. A arte cura, acalma, porque ela te dá um foco, você fica ali olhando o que você está fazendo e você não se preocupa com mais nada. A concentração é muita”.

Além de artesã, Denise é micropigmentadora e empresária no ramo de vendas, áreas essas que ela afirma que também precisa de arte e do manejo das mãos para se ter um bom resultado. Na sua rotina de trabalho, ela sempre coloca a ‘alma artística’ em todas as suas funções. 

Uma das integrantes da Casa Collab, loja colaborativa que reúne mulheres empreendedoras, em sua maioria artesãs, Denise participa com diversos produtos que ela mesma produz. O espaço, localizado na Avenida Noide Cerqueira, tem área de alimentação, vestuário, cosméticos e claro, vários gêneros do artesanato em madeira, mandala, pintura e vários utensílios.

“Na minha loja, tenho no pontilhismo, chaveiros, crochê, que eu gosto de fazer também, eu não sei ficar em casa sem estar fazendo um crochêzinho. Tenho pratinhos decorativos, tenho várias outras coisas. Acho super válido a mulher artesã que tem outro nicho de trabalho, que seja com alimentação, com costura, que ela mantenha a sua família. Isso é muito bom, tem muitas mulheres artesãs que sustentam suas famílias com artesanato”, ressaltou. 

Foi graças à sua curiosidade e anseio por expandir sua produção de uma forma criativa, inovadora e colaborativa que ela conheceu a loja colaborativa e se juntou às 39 empreendedoras da rede.