Política

Após polêmica, presidente do Ibama pede exoneração do cargo

Na carta de demissão, enviada ao ministro Ricardo Salles, Suely Araújo citou a indicação do futuro presidente do Ibama para justificar a saída.

A presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Suely Araújo, pediu exoneração do cargo ontem (7). Na carta de demissão, enviada ao ministro Ricardo Salles, Suely Araújo citou a indicação do futuro presidente do Ibama para justificar a saída. "Considerando que a indicação do Sr. Eduardo Bim já foi amplamente divulgada na imprensa e internamente na Instituição ainda em 2018, antes mesmo do início do novo Governo, entendo pertinente o meu afastamento do cargo, permitindo assim que a nova gestão assuma a condução dos processos internos desta Autarquia", escreveu ela. O que chama a atenção é que Suely Araújo pediu exoneração um dia após polêmica nas redes sociais. O novo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionou no Twitter o valor de um contrato de locação de veículos do órgão. Na postagem, ele colocou a foto do contrato do Ibama, assinado em dezembro de 2018, no valor de R$ 28 milhões e 700 mil para aluguel de caminhonetes e escreveu: "Quase 30 milhões de reais em aluguel de carros, só para o IBAMA…".

Reposta

O presidente Jair Bolsonaro respondeu a publicação de Salles e afirmou que o governo está "desmontando rapidamente montanhas de irregularidades e situações anormais". Logo em seguida, o post foi apagado da conta oficial do presidente. Em resposta às insinuações, Suely Araújo disse, por meio de nota, que as viaturas do Ibama são objeto de um contrato de locação de âmbito nacional, que abrange 393 caminhonetes adaptadas para atividades de fiscalização, combate a incêndios florestais, emergências ambientais, ações de inteligência, vistorias técnicas nos 27 estados brasileiros, e inclui combustível, manutenção e seguro, com substituição a cada dois anos. Além disso, a agora ex-presidente do Ibama disse que a acusação sem fundamento evidencia completo desconhecimento da magnitude do órgão e das suas funções. E esclareceu que o valor estimado inicialmente para esse contrato era bastante superior ao obtido no fim do processo licitatório, que observou com rigor todas as exigências legais e foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Barraco vitual

Depois do barraco virtual, o novo ministro do Meio Ambiente colocou panos quentes e escreveu no Twitter que não levantou suspeita sobre o contrato, apenas ressaltou o valor elevado. Segundo ele, a quantia milionária também é questionada pelo TCU desde abril e, portanto, não precisava ser assinado a dez dias da troca de governo. Suely Araújo era presidente do Ibama desde junho de 2016, quando assumiu o cargo na gestão do então ministro do Meio Ambiente Sarney Filho. 

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