"O juiz não errou, mas ouviu apenas um lado e agora devemos ter a oportunidade de explicar", diz o presidente da Câmara, Fernando Torres (PSD), sobre a decisão da Vara da Fazenda Pública que suspendeu, por medida liminar, os trabalhos da "CPI da Cesta Básica", na semana passada. Em contraponto à argumentação judicial no atendimento da reclamação feita por alguns vereadores, assegura que é democrática a mudança ocorrida no Regimento Interno da Casa, propondo não mais escolha por sorteio dos membros de comissões dessa natureza, mas por indicação da Mesa Diretora e votação dos nomes. Ele observa que a Mesa é formada por vários partidos representados no Legislativo, tendo "total legitimidade" em sugerir os membros da CPI e apresentá-los à apreciação do plenário .
Para o dirigente da Casa da Cidadania, a Justiça teria sido induzida a erro pelos reclamantes. E ao receber as informações através de recurso já impetrado pela Procuradoria Jurídica da Câmara, os trabalhos da CPI vão ser retomados. Fernando lembra que o "papel principal" do vereador não é "dar cesta básica", mas fiscalizar o Poder Executivo. "Portanto, ao criar uma investigação de algo suspeito, estamos cumprindo a nossa obrigação", assinala. O presidente sinaliza a possibilidade de que novas CPIs venham a ser criadas pelos vereadores para apurar outros temas sob suspeita de ilegalidades, a exemplo das áreas de transporte público e contratação de servidores por meio de cooperativas, pelo Município.