Por Vladimir Aras
Conta o jornal O Globo que o ex-deputado Paulo Maluf pôs à venda parte de sua milionária adega, “uma das mais célebres do Brasil e certamente a mais bem fornida do mundo político”.
Tantos vinhos para quê? O famoso político acumulou todas essas valiosas garrafas no decorrer de uma longa vida…
Juntou os melhores vinhos e hoje não tem como bebê-los com os amigos que fez…
São 862 garrafas que custam mais de 15 milhões de reais. Estariam estragadas como a carreira política que marcou com semelhante número de peripécias?
Não tem nada para comemorar ou teria algo a celebrar estando em prisão domiciliar?
Aos 87 anos, Maluf está no fim da vida, sem mandato e condenado pela Justiça criminal.
“Este dinheiro não é meu“, costumava dizer. Não era mesmo. O dinheiro havia sido desviado da Prefeitura de São Paulo.
E os vinhos seriam seus?
Nem que tivesse tempo e saúde para beber todos eles, poderia apreciá-los como deveria tê-lo feito nos muitos anos que viveu…
Melhor ainda se pudesse tê-lo feito com a consciência tranquila.
Mas só juntou vinhos. Não os bebeu. E agora vai vendê-los. A ver se pode fazê-lo, já que tem contas a acertar com a Justiça.
Que quem os comprar saiba realmente apreciar vinhos e possa abrir as melhores garrafas num dia qualquer para comemorar uma grande vitória ou uma pequena conquista. Que brinde muito sem se embriagar pelo poder. Que os abra num dia como hoje, ainda que seja apenas para celebrar a vida e a liberdade. Saúde.