Desde o ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana, abasteceu todas as unidades com a vacina contra a meningite. O imunizante é destinado para crianças de três, cinco meses e um ano e adolescentes entre 11 e 14 anos.
Mas afinal, do que se trata a meningite? A reportagem do Acorda Cidade conversou com a médica infectologista Melissa Falcão, que explicou como prevenir a doença
“Meningite bacteriana é uma doença causada pela inflamação da meninge, que é a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal. Os sintomas característicos são a febre, dor de cabeça forte, vômitos e jatos. Pode acontecer uma rigidez da nuca, dificuldade de abaixar o pescoço e redução do nível de consciência, a pessoa fica mais sonolenta, mais irritada e em alguns casos, pode acontecer também a convulsão. A meningite acontece em qualquer faixa de idade, como crianças, adolescentes, adultos e idosos”, explicou.
De acordo com a especialista, a doença pode ser causada de várias maneiras.
“A meningite pode ser causada por vírus, por bactérias, por fungos, por tuberculose, mas a maior preocupação, é a meningite causada por bactéria, a que tem maior risco de complicação. As mais comuns são a viral e a bacteriana. A viral é causada por vírus que pode ser o vírus da herpes, do HIV, até o vírus da dengue. Tem a fúngica que é menos frequente e que pode ser causada pela doença transmitida através das fezes do pombo”, afirmou.
Ao Acorda Cidade, a médica infectologista explicou que se algum caso for notificado, deverá ser feita uma investigação, para iniciar as medidas de prevenção.
“A meningite bacteriana sempre acontece, todos os anos nós temos casos notificados de meningite bacteriana e após ser identificado um quadro de meningite bacteriana, tem que ser feita toda a investigação epidemiológica para ser avaliada se vai precisar fazer uma medida de prevenção. A suspeita é feita pelo quadro clínico, pelos sintomas que o paciente apresenta. É feita uma punção na coluna lombar, coletando um líquido que corre na nossa região do sistema nervoso central, e a partir do resultado deste exame, vai nos dizer se tem meningite e qual tipo de meningite o paciente tem. O mais importante é que sempre que for feito este exame, obrigatoriamente o médico tem que solicitar um outro exame específico para identificar qual o tipo de bactéria que o paciente apresenta”, declarou.
Segundo Melissa Falcão, a meningite mais aguda, é a bacteriana.
“A meningite que mais mata, é a bacteriana se não for diagnosticada precocemente. Então no primeiro sinal de febre, vômito, rigidez na nuca, dor de cabeça forte, levar em uma emergência para ser realizada a punção lombar. Se isso não acontece, não se começa um antibiótico, pode ter um risco grande de morte, principalmente na meningite meningocócica, se esta bactéria passa para o sangue, pode matar em questão de um, dois, três dias. O uso da máscara que foi utilizado para o Covid, acabou também prevenindo não só a gripe, como também essas meningites contagiosas. Então assim que for identificado, que tem uma pessoa, uma criança, um adulto com a meningite bacteriana pelo tipo transmissível, precisa ser feita uma avaliação dos seus contatos próximos, aquelas pessoas que moram na sua residência, as outras crianças que estudam na mesma sala, se a criança frequentou a aula já com alguns sintomas ou os colegas de trabalho dos adultos, que também precisam ser avaliados para ser feita uma prevenção da meningite”, informou.
Tratamento
De acordo com a infectologista, o tempo varia de acordo com o tipo de bactéria.
“O tratamento da meningite bacteriana varia o tempo de tratamento de acordo com a bactéria que vai ser identificada, e tem um antibiótico que é feito de uma maneira mais generalizada até que essa identificação seja feita, mas o tratamento é com antibiótico que precisa ser iniciado da maneira mais rápida possível. Existem vacinas para prevenir as meningites, a gente já começa a prevenção da meningite com a vacina do BCG, de tuberculose ao nascer, tem a vacina pentavalente que também está incluído coqueluche, tétano, Hepatite B e hemófilos influenza, que também já começa a tomar com dois meses de idade. Tem a vacina para meningocócico e tem a vacina para pneumococo, todas disponíveis na rede pública desde os primeiros meses de vida da criança”, concluiu.
Com informações do repórter do Ney Silva do Acorda Cidade
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