A Vigilância Epidemiológica da Bahia confirmou, nesta quarta-feira (25), o sexto caso de botulismo que estava sob investigação. Com a atualização, o estado soma seis casos em 2024. Desses, três pacientes permanecem hospitalizados, um já teve alta médica e dois vieram a óbito. Em 2023, foram registrados apenas dois casos.
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A coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Sesab, Eleuzina Falcão, detalhou as ações que a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) vem implementando e falou sobre os casos.
Segundo ela, até então, só havia um óbito confirmado no estado em 2007. No ano de 2023, surgiram dois casos confirmados em Feira de Santana.
“Este ano, identificamos já no mês de agosto a notificação de alguns casos suspeitos e hoje nós temos seis casos confirmados. É importante chamar atenção para a localização dos casos. Temos quatro casos no município de Campo Formoso, um caso no município de Senhor do Bonfim e um caso de Cícero Dantas, que foi notificado no município de Ribeira do Pombal”.
Os seis casos confirmados podem ser considerados um surto, porque, segundo a coordenadora, o botulismo é uma doença rara.
“Nesse caso, diferente das doenças endêmicas, que ocorrem com maior frequência na população, um caso já é considerado um surto”, afirmou.
Eleuzina Falcão também esclareceu o que é o botulismo e os cuidados essenciais para prevenir a contaminação, além de orientar sobre as medidas a serem tomadas em caso de suspeita. A doença é causada pela ação de uma forte toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
“O botulismo é uma doença neuroparalítica, grave e rara. Não é contagiosa, o que significa que não se transmite de pessoa para pessoa. É causada por uma toxina muito potente, produzida a partir de uma bactéria. Então, precisamos ficar atentos ao conjunto de sinais. Normalmente, no caso de ingestão de alimento com essa toxina, a pessoa apresenta uma paralisia aguda flácida, que é uma paralisia simétrica, ocorre dos dois lados, de forma descendente, com nível de consciência mantido e um ou mais desses sintomas. A pessoa pode ter visão turva, diplopia (quando se vê duas imagens), ptose palpebral (queda da pálpebra), boca seca, dificuldade de articular as palavras, dificuldade de deglutir, aliado a outros sintomas.”
Em casos de suspeita, é importante procurar uma unidade de saúde para iniciar o acompanhamento médico, além de notificar e diagnosticar os casos.
Os cuidados para evitar a doença são básicos, desde a higiene dos alimentos até o consumo de produtos industrializados como mortadelas e chouriças devem ser redobrados.
“Observar se a lata está estufada, se os vidros estão embaçados; nesse caso, não consumir de jeito nenhum. É importante sempre ferver por pelo menos dez minutos esse tipo de produto. Em se tratando de produtos consumidos diretamente, verificar também a questão do selo de qualidade, a data de validade do produto. Prestar atenção ao local de aquisição, se há um processo de armazenamento correto, adequado, de acordo com as características do produto. Se o produto apresentar alguma característica que chame atenção, como algo fora do comum, deve-se evitar o consumo. Nos produtos reembalados ou fracionados, é importante terem o lote, a data de fabricação e validade”, destacou.
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