Laiane Cruz
Grávidas, puérperas e lactantes com comorbidades (maiores de 18 anos), trabalhadores da Educação e pessoas com comorbidades, acima de 59 anos ou que tenham nascido em 1962, podem receber a primeira dose da vacina contra a covid-19 a partir desta terça-feira (4), no posto montado pela Secretaria de Saúde da UniFTC, situada na Avenida Artêmia Pires.
A vacinação começou no local por volta de 8h, e o movimento lá era tranquilo, com o público levando de 3 a 4 minutos somente para receber a aplicação. O processo está sendo realizado com divisão de horários, por data de nascimento. Das 8h às 12h serão vacinados aqueles que nasceram entre os meses de janeiro a junho. Das 13h às 17h os que nasceram nos últimos seis meses do ano.
O professor de filosofia da Uefs, Ágabo Borges de Souza, de 59 anos, destacou que esse momento é que vai marcar a virada dessa situação de pandemia.
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
“Vamos retomar o andamento das coisas, minimamente, na normalidade, que agora se estabelece. Criamos hábitos esses meses que estivemos em distanciamento social. Precisamos retomar as atividades presenciais na Universidade e em outras áreas também, porque esse momento só remoto tem prejudicado um pouco o aprendizado e a educação dos nossos estudantes.”
Para ele, a vacina teve um processo muito rápido de desenvolvimento, mas para o tempo que a sociedade estava vivendo se tornou longo. “Isso nesse momento reflete uma alegria enorme, uma esperança maior, e o ideal é que todos sejam vacinados. É isso que nós esperamos”, destacou.
A moradora do bairro Conceição Cacilda Albuquerque Nascimento Matos, foi logo cedo garantir a tomada da primeira dose. Ela possui doença autoimune e faz tratamento contra o câncer. Após a aplicação, a paciente se emocionou. Para ela, a sensação foi de uma grande vitória.
“Eu tenho um reumatismo crônico e degenerativo nas articulações, que deixa a pessoa em cima de uma cama. Então a gente toma um imunossupressor, uma vacina, mas por conta do câncer essa vacina foi suspensa. Eu estava aguardando pela idade, naquela expectativa, mas graças a Deus surgiu essa oportunidade. Pedir a Deus que não tenha nenhuma reação. É um alívio e até uma sensação de vitória por estar sendo privilegiada com a vacina já no início do ano, já que tem muita gente que só vai receber pra o final do ano. Então agradeço a Deus e me sinto até emocionada”, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade.
Relatório médico
O secretário de saúde, Marcelo Brito, que se dirigiu ao posto da UniFTC para acompanhar a vacinação, ressaltou que é necessário que as pessoas com comorbidades levem o relatório médico para comprovação da doença.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
De acordo com ele, existe a possibilidade da liberação da vacina com as receitas e exames, porém isso vai depender da capacidade de interpretação dos profissionais que estiverem presentes na hora.
“A dificuldade maior que estamos enfrentando são de pessoas que estão trazendo apenas a receita, como alertei. Se alguém trouxer apenas a receita, vai depender de alguém lá dentro pra interpretar. Como eu estou aqui, como médico, interpretei algumas. Então alguns casos eu vi a receita, sei que são para tratamento de doenças crônicas e autorizei entrar. Mas tive um caso hoje que a pessoa trouxe os exames, e todos estavam normais. Essa eu não posso autorizar. A orientação é com relatório médico. Não gera debate, não gera dúvida. Mas, quem está trazendo exame ou receita, esse vai ter que verificar se o pessoal que está fazendo a vacinação consegue interpretar. Conseguindo, faz. Não conseguindo, não faz a vacinação”, alertou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade