Feira de Santana

Unimed adia cirurgias e causa revolta em pacientes

O atendimento da Unimed de Feira de Santana é alvo de reclamações dos pacientes . Inconformados e indignados, pacientes conversaram com a equipe do ACORDA CIDADE na terça-feira (26). A direção do hospital afirmou, por telefone, que 'houve uma demanda maior de emergência de cunho cirúrgico e clínico naquele dia'.

Atualizada às 12h02

Ney Silva e Williany Brito

Mesmo com plano de saúde, pacientes precisam enfrentar uma maratona para conseguir marcar cirurgias eletivas, aquelas que são programadas com antecedências, no hospital da Unimed em Feira de Santana. O atendimento é alvo de reclamações dos pacientes da unidade.

O rodoviário Ulisses Rocha Amaral fraturou um dos dedos da mão em um acidente, no dia 14 deste mês. Ele marcou a cirurgia para esta terça-feira (26), e ficou inconformado ao chegar na unidade e receber a notícia que o procedimento foi adiado.

– Estou com o braço enfaixado esperando essa cirurgia. O cirurgião só opera às terças-feiras, porque ele vem de Salvador. Ele chega aqui no dia e diz que não tem vaga para internamento. Não retorno mais. Se precisar coloco até um colchão aqui mesmo. Se nunca viram um louco aqui dentro, vão ver hoje. Estou sofrendo desde o dia 14 e não tomam providência.

Segundo ele, o pagamento do plano de saúde está em dia.

– Eles dizem que não tem vaga, mas na hora de descontar no plano já foi descontado.  Meu plano é descontado na minha folha de pagamento.

No mesmo dia, o estudante de direito Rui de Souza, também, reclamou do atendimento do hospital. Segundo ele, a mãe precisa operar a mão, e a cirurgia marcada há 15 dias, foi adiada.

– Minha mãe sente dores e está tomando a medicação, e, até o momento, não recebemos nenhuma posição do hospital. Não temos garantia de que, remarcada, não vai acontecer a mesma coisa. O médico marcou há 15 dias e a gente veio preparado para fazer, e quando chegamos recebemos a informação que não tem vaga.

Outro usuário do serviço, Petronilio Neto, levou o filho para fazer uma cirurgia de fimose na Unimed e também não foi atendido.

– Disseram que não tem vaga nenhuma. E as crianças estão com fome e não podem passar da hora de comer. Estou aqui, também, perdendo meu trabalho para ficar com ele (o filho). E não é só eu, tem um monte de gente aqui esperando. Marcam um horário, e a pessoa chega aqui para ouvir falar que não tem vaga para fazer cirurgias.

Unimed se explica

Na manhã desta sexta-feira (29), a equipe do ACORDACIDADE entrou em contato com a direção do hospital. Em nome da gerente administrativa, Lívia Soares, Juciára Moreira, gerente de enfermagem da unidade, explicou que “raramente acontece do paciente ter seu atendimento adiado”.

– Naquele dia, em especial, houve uma demanda maior de emergência de cunho cirúrgico e clínico. O problema não foi porque não tínhamos condições de realizar as cirurgias, mas sim porque surgem as urgências. Acidentes e hipertensão arterial que não é controlada, por exemplo, são situações imprevisíveis. Tem que ser feito na hora. Quando acontece isso, que é raro, a gente precisa adiar o atendimento das cirurgias eletivas.

 Ela afirma que o atendimento ao paciente Ulisses foi feito no mesmo dia em que houve a reclamação. Já a cirurgia da mãe do estudante Rui foi adiada e será feita na tarde de hoje. Segundo o hospital, a criança que precisava da cirurgia não foi identificada.
 

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